Ao fim de tantos dias, ainda estou parvo com a manifestação dos restaurantes, hoteleiros (apesar de tudo, gente mais séria, e talvez mais satisfeita com a sua situação) e dos DJ.
Será que eles acham o Governo o responsável pela Pandemia da Covid-19. Estou convencido que, embora pareça, não.
Continuo a achar perigosa a política da UE a das autoridades portuguesas de quererem, nisto da luta contra a Covid-19, ‘o Sol na eira e a chuva no nabal’. Talvez seja essa dualidade, que acho tão impossível, a responsável por aquelas atitudes. Acham que nada do que atinge cada um é suficiente para esse cada um. Mas o Governo tem razão em dialogar, como tem feito, primordialmente, ou até exclusivamente, com os seus representantes (como se viu, depois de alardearem o protagonismo que queriam, ficaram satisfeitos por serem recebidos pelo presidente da CML). Já não tem muita razão em dar o Natal para os restaurantes (como eles dizem, talvez interesse aos restaurantes dos hotéis), quando se sabe que o seu grande negócio eram as refeições de Natal das empresas, uns dias antes da data.
De resto, estou convencido de que serão muito mais sectores os realmente bastante afectados. E alguns até mais afectados. Talvez seja preferível habituar as pessoas ao ‘sangue, suor e lágrimas’ de Churchill na II Guerra, em vez de todas as facilidades e mimos a que normalmente (e só normalmente) estamos todos tão habituados no 1º Mundo, que nos abalançamos a ser empresários (sem achar que é necessário um grossito pé de meia para o que der e vier). E convém perceber que as ajudas do Governo, para lá das europeias (e talvez até essas de gente mais longínqua) virão dos impostos de todos nós. Mesmo na diminuição de certos impostos, haverá outros para compensar. Há partidos que nunca aprendem. Mas nós, eleitoras, devemos distinguir o trigo do joio, e recusar já este tipo de populismos.