“A Europa avança! 1,8 mil milhões de euros para impulsionar a nossa recuperação e construir uma União Europeia (UE) mais resiliente, verde e digital”, foi desta forma que Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, reagiu ao facto de, ao final da tarde desta quinta-feira, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia terem fechado um acordo em torno do quadro orçamental até 2027 e do Fundo de Recuperação.
O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel através da sua conta do Twitter. “Acordo sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o Pacote de Recuperação ‘NextGenerationEU’. Agora podemos começar a implementar e construir de novo as nossas economias. O nosso histórico pacote de recuperação irá impulsionar as transições verdes e digitais”, escreveu.
Recorde-se que este acordo esteve num impasse devido ao bloqueio da Hungria e da Polónia, tendo até esta semana recebido pressão por parte da Alemanha. Budapeste e Varsóvia mantinham o veto, pois rejeitavam o mecanismo que condiciona o acesso aos fundos comunitários ao respeito pelo Estado de direito (que pressupõe unanimidade).
Caso não existisse desbloqueio, ficariam em causa todo o apoio financeiro atribuído por Bruxelas aos 27 Estados-membros, a partir de janeiro de 2021.
Recorde-se ainda que Portugal tem direito a 30 mil milhões de euros do orçamento europeu para os próximos sete anos, a que se somam ainda mais 15,3 mil milhões de euros em subvenções do Fundo de Recuperação. A famosa bazuca que o executivo de António Costa (e os restantes países europeus) considera “urgente” para ultrapassar a crise económica acentuada pela pandemia.
Ainda na manhã desta quinta-feira António Costa garantiu estar confiante de que o desbloqueio aconteceria. “Hoje estou mais otimista do que estava ontem, mas, como sabemos, nestes conselhos é melhor não fazer muitos prognósticos antes do fim do jogo. Mas acho que podemos todos ter confiança de que tudo se encaminha para termos um bom desfecho”, disse em Bruxelas.