A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou esta quinta-feira que António Filipe Pimentel. antigo diretor do Museu Nacional de Arte Antiga e professor da Universidade de Coimbra, será o novo diretor do Museu Calouste Gulbenkian. Benjamin Weil, curador e crítico de arte francês, atual diretor artístico do Centro Botín, em Santander, vai dirigir o Centro de Arte Moderna.
Em comunicado, a Fundação explicou que estas escolhas surgem “na sequência de um processo de recrutamento internacional”.
Como novo diretor do Museu Calouste Gulbenkian, António Filipe Pimentel mostra-se honrado com o “desafio naturalmente irresistível” de trabalhar “ao serviço do estudo, preservação e divulgação de uma coleção de referência internacional, para cuja salvaguarda foi criada uma das mais prestigiosas instituições do seu género em todo o mundo”, diz, citado na nota.
António Filipe Pimentel, de 61 anos, é doutorado em História de Arte e professor no Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Chegou a ser diretor do Museu Grão Vasco, em Viseu, e durante quase dez anos, até ao ano passado dirigiu o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa.
Agora, mantém um currículo vasto: é correspondente nacional académico da Academia Nacional de Belas Artes, membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa e investigador associado do Centro de Arte e Património Universitário da Universidade de Salamanca, no Instituto de História de Arte da Universidade Nova de Lisboa e do Centro de Estudos em Arqueologia, Arte e Ciências do Património das universidades de Coimbra e do Porto.
Já Benjamin Weil, de 58 anos, mostrou-se “encantado por poder integrar a missão generosa da Fundação Gulbenkian através do Centro de Arte Moderna”, admitindo que obras em curso no edifício para o alargar “oferecem uma oportunidade para a instituição se reinventar e construir um futuro dinâmico, criar e estreitar laços de colaboração com outras áreas da Fundação, e explorar novos modos de se dar a conhecer e de atrair novos públicos”.
“Benjamin Weil foi escolhido para definir o rumo do novo ciclo de vida do Centro de Arte Moderna que, em 2022, reabrirá com um fôlego e programação renovados depois das obras de ampliação a Sul do Jardim Gulbenkian”, explica a Fundação no comunicado.
Weil começou a sua carreira em Nova Iorque, nos anos 80, depois de ter frequentado a Whitney Independent Study Program e trabalhado no Institute of Contemporary Arts (ICA), em Londres, e também no Museu de Arte Moderna de São Francisco. “Ao longo da sua vida profissional Benjamin Weil tem estabelecido várias colaborações e relações de proximidade com artistas, curadores, galeristas e colecionadores portugueses”, diz a nota, dando o exemplo de quando foi curador da exposição Untitled (Orchestral) de João Onofre no MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia), em 2017. Mais recentemente, como diretor do Centro Botín, “situado num emblemático edifício projetado pelo arquiteto Renzo Piano, apresenta a exposição Arte e Arquitetura: um Diálogo, que inclui obras de Julião Sarmento, Leonor Antunes, Carlos Bunga e Fernanda Fragateiro”.
Benjamin Weil aceitou o convite da Fundação Botín quando o centro ainda estava em construção e o trabalho que “desenvolveu foi fundamental para colocar o centro no mapa artístico internacional”, lê-se no texto divulgado pela Fundação a anunciar os novos diretores “numa altura em que vão iniciar-se as obras de renovação do Centro de Arte Moderna, que darão forma ao projeto desenhado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma”.