por Pedro d'Anunciação
Lá se vêem os queixumes do costume, por Marcelo Rebelo de Sousa ter adiado o que pôde o anúncio da sua candidatura. Muitos acharam que foi só para evitar ser atacado.
E talvez tenha sido. Mas tratou-se de um direito que lhe asiste, e como tal deve ser respeitado. Claro que, com as sondagens a preverem-lhe uma vitória folgada na primeira volta, deve querer evitar ser o saco de pancada preferido de todas as candidaturas, à uma, o mais tempo possível. Apoio-o também nisso.
E se os outros não têm mais nada interessante para dizer, a não ser mal dele, para que se candidatam? Tanto mais que, a avaliar pelas sondagens, todo o mal que digam não será suficiente para beliscar a sua vitória folgada. A não ser que se lhe descubra alguma coisa estapafúrdia, daquelas que não se lhe viram nem se lhe atribuem – e que já deveria ter saltado antes. Há mesmo aquele ditado político que diz: ‘Falem de mim, nem que seja para dizer bem’. Até agora, quem tem lucrado mais com ele, o tal anexim, é o da terceira votação, portanto, fica longe dele. Mas penso ser-lhe suficiente provar que é a figura do centro-direita portuguesa mais votada e apoiada. E sem a vantagem do Dr. Mário Soares, que além de ser a pessoa que era (pronto a ganhar e a perder), foi claramente apoiado pelos principais partidos do centro, e não tinha de aturar direitas radicais, ainda que pequenas.