Lá tivemos as nossas mais altas autoridades políticas, PR e PM, a falarem de como será o nosso Natal e Ano Novo nestes tempos de Pandemia. A mim, dada a imprevisibilidade da Pandemia, parece-me a coisa atrevida. Deliberar tão cedo, claro.
Mas, enfim, talvez se possam fazer alguns cálculos, e sabemos como PR e PM gostam de não maçar demasiado os portugueses. O pior é se as suas decisões vão borrar a pintura toda. Estou mais com o Dr. Graça, normalmente ouvido pelo Telejornal da RTP1, a considerar preferível não estragar tudo com esta vontade dos consensos difíceis, que normalmente não satisfazem ninguém. Tanto mais que apesar das infecções estarem a decrescer, as mortes aumentam muito (e o Governo tem a vantagem de elas aparecerem em dados estatísticos, sem nomes e apelidos). Fora a quantidade de mortes pouco ou nada assistidas que a Covid 19 provoca em pessoas que nunca tiveram esta doença.
Esqueçamos o tom em que são feitas as promessas, sobretudo do PM, sabendo como lhe é difícil traduzir em factos alguma dureza das suas palavras. E vale a pena recordar que a 2ª fase da Pandemia coincidiu com aquela vontade louca de satisfazer hoteleiros e restaurantes (na mesma insatisfeitos), importando turistas descontrolados. Valeram-nos na altura um bocadinho as Polícias, com a sua característica e habitual brutalidade. Mas não esqueçamos o tom de esmola com que se pedincharam os turistas britânicos, numa altura em que a Grã-Bretanha tinha índices horríveis de Covid 19, e os seus cidadãos estavam prontos a infectar toda a gente.
E não esqueçamos também a relação que os ajuntamentos familiares do ‘Thanksgiving’ americano (provocando ajuntamentos familiares semelhantes ao Natal europeu) tem com os actuais mortos norte-americanos. Enfim, esperemos pela decisão final do Governo.