A EDP anunciou a conclusão da venda de seis barragens no Douro por 2,2 mil milhões de euros ao consórcio internacional liderado pela Engie – e que ainda conta com a Crédit Agricole Assurances e a Mirova – Grupo Natixis.
O anúncio foi feito esta tarde em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Na sequência da comunicação ao mercado de 19 de dezembro de 2019, a EDP – Energias de Portugal, S.A. (“EDP”) concluiu a venda de uma empresa autónoma e em operação detentora de um portefólio de seis centrais hídricas em Portugal, incluindo os ativos e passivos, direitos e obrigações, relações jurídico-laborais, posições contratuais, protocolos e licenças associados, ao consórcio de investidores formado pela Engie (participação de 40%), Crédit Agricole Assurances (35%) e Mirova – Grupo Natixis (25%), numa transação de 2,2 mil milhões de euros”, lê-se na nota.
O portefólio de seis barragens na bacia hidrográfica do Douro inclui três centrais de albufeira (Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro, com 1,2 GW) e três centrais de fio de água (Miranda, Bemposta e Picote, com 0,5GW), com um total de 1,7 GW de capacidade instalada.
Pese a venda, a EDP realça que “manterá a sua posição de liderança em Portugal, com uma capacidade de geração hídrica instalada de 5,1 GW, mantendo capacidade significativa em termos de bombagem, e continuará a ser o segundo maior operador hídrico na península Ibérica”.
“O negócio foi concluído na sequência do cumprimento das aprovações societárias e regulatórias aplicáveis, sendo um pilar fundamental do Strategic Update comunicado ao mercado em março de 2019, em particular no sentido de reduzir o nível de endividamento e de exposição à volatilidade hídrica e preços de mercado, reforçando assim o perfil geral de baixo risco do negócio da EDP”.
Recorde-se que a 13 de novembro a Associação Portuguesa do Ambiente (APA) já havia dado “luz verde” à EDP para vender à Engie as barragens de Miranda, Bemposta, Picote, Baixo Sabor e Foz-Tua) à Engie.
Grupo de trabalho aborda impacto. Esta semana, o Governo anunciou a criação de um grupo de trabalho para analisar o impacto da venda das dez barragens da EDP à Engie, que inclui representantes dos ministérios do Ambiente, das Finanças e da Modernização do Estado, de organismos da administração pública e dos municípios dos dez municípios abrangidos pela operação (Alijó, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Murça, Torre de Moncorvo e Vila Flor).
O grupo terá como função analisar e aprofundar os impactos deste negócio e deverá entregar o primeiro relatório no prazo de 90 dias. A primeira reunião tem lugar em Miranda do Douro, no dia 28 de dezembro.