O ano de 2020 poderia ser definido em muitas palavras, mas aquela que muitos não irão esquecer será certamente pandemia. A Priberam, conjuntamente com a agência Lusa, voltou a dar vida ao site O ano em Palavras, onde revela as palavras mais pesquisadas no Dicionário Priberam em 2020 e, entre as 31 palavras que definem este ano, muitas são as que se referem diretamente à pandemia – desde assintomático a zaragatoa, passando por confinamento ou quarentena. Mas claro, a mais pesquisada de todas elas foi mesmo pandemia.
Em comunicado, a Priberam refere que o site, uma iniciativa que ocorre pelo quarto ano consecutivo em parceria com a agência noticiosa, apresenta um total de 31 palavras escolhidas a partir das 250 que mais foram pesquisadas ao longo de 2020 pelos utilizadores do Dicionário Priberam, associadas com os eventos que marcaram a atualidade de janeiro a dezembro.
Eis as 31 palavras que definiram o ano de 2020, segundo a Priberam:
Janeiro: arresto (tribunal angolano decreta arresto de bens de Isabel dos Santos); debandada (debandada durante funeral de general iraniano morto em ataque norte-americano causa vários mortos); coronavírus (um novo tipo de coronavírus é identificado na China); apuramento (tribunal guineense ordena repetição do apuramento dos resultados das presidenciais).
Fevereiro: eutanásia (AR aprova despenalização da eutanásia); pandemia (OMS alerta para eventual pandemia da covid-19).
Março: quarentena (quarentena geográfica para conter a pandemia); confinamento (estado de emergência para conter pandemia prevê confinamento); zaragatoa (testes à covid-19 com recurso a zaragatoa).
Abril: escusa (juiz do processo de Rui Pinto pede escusa); telescola (telescola permite aulas de apoio através da TV); liberdade (pandemia cancela a marcha das comemorações do 25 de Abril); rebuço (PM diz não ter rebuço em retroceder no levantamento de restrições impostas pela pandemia).
Maio: calamidade (Portugal passa à situação de calamidade); diligência (ministra da Justiça fala sobre a retoma da atividade dos tribunais).
Junho: antirracismo (Amnistia Internacional denuncia violações dos direitos humanos durante protestos contra o racismo nos EUA); politização (OMS aponta a politização da pandemia como fator de divisão a evitar).
Julho: frugais (países conhecidos por “frugais” colocam entraves às negociações do orçamento europeu); perseverança (EUA lançam robô “Perseverance” para recolha de amostras em Marte).
Agosto: catenária (acidente ferroviário causa dois mortos e vários feridos); dobradinha (FCP conquista a Taça de Portugal de futebol após vencer o campeonato); femicídio (vinte mulheres assassinadas desde o início do ano em Portugal).
Setembro: recrudescimento (ministra da Saúde diz que Portugal está preparado para um eventual recrudescimento da covid-19); cristofobia (presidente do Brasil discursa na ONU e apela ao combate à cristofobia).
Outubro: assintomático (Cristiano Ronaldo, apesar de assintomático, testa positivo à covid-19); disrupção (Ordem dos Médicos diz que o SNS está novamente exposto a uma “disrupção grave”); placebo (morte de voluntário, no Brasil, que tomou um placebo em teste da vacina).
Novembro: levante (Governo impõe novas medidas de combate à pandemia, mas deixa ao critério dos municípios a realização de feiras e mercados de levante); letalidade (preocupação com o aumento da letalidade da covid-19).
Dezembro: pedonal (atropelamento em zona pedonal na Alemanha); ensaísta (morte do ensaísta Eduardo Lourenço)
Entre as palavras mais pesquisadas em 2020 no Dicionário Priberam, além destas 31, estão também outras relacionadas, direta ou indiretamente, com a pandemia, nomeadamente açambarcamento, comorbidade, corona, disseminação, epidemia, isolamento, mitigação, moratória, profilático, subnotificação, teletrabalho ou até mesmo gripezinha.
“Buscas como negro, preto, racismo e xenofobia chegaram também à “nuvem” de termos mais pesquisados no Dicionário Priberam, na sequência de vários casos mediáticos nacionais e internacionais, como os insultos aos futebolistas Moussa Marega e Pierre Webó, as mortes de George Floyd nos EUA, de Bruno Candé em Portugal ou de João Alberto Freitas no Brasil”, refere a Priberam.
Destacaram-se ainda pesquisas relacionadas com desinformação, emérito, legado, proselitismo, renhido, algeroz e orgia.