O Governo decidiu manter voos do Reino Unido mas proibe a partir das 00h desta segunda-feira a entrada em território de cidadãos estrangeiros provenientes do Reino Unido, passando assim a só estar autorizada a entrada de cidadãos nacionais ou cidadãos legalmente residentes em Portugal.
"Estes passageiros têm de apresentar, à chegada a Portugal, comprovativo de realização de teste laboratorial para rastreio da infeção por SARS-CoV-2, com resultado negativo", informou o Ministério da Saúde. "Os cidadãos que não sejam portadores de comprovativo de realização de teste laboratorial com resultado negativo são encaminhados pelas autoridades competentes, à chegada a território nacional, para a realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito".
Neste caso, terão de fazer isolamento. "Esta medida será atualizada de acordo com a evolução da situação, informa a tutela.
Ao longo deste domingo vários países europeus suspenderam voos do Reino Unido na sequência da nova variante detetada este mês, que levou já este domingo a Organização Mundial de Saúde e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças a reforçar alertas.
"Em Portugal, não se confirma a circulação desta variante do SARS-Cov-2 identificada no Reino Unido, de acordo com os dados obtidos até ao momento pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge que já englobam análise de amostras do mês de novembro e da segunda vaga", diz o Ministério da Saúde. Ao todo, como o i avançou na semana passada, eram esperados por estes dias os resultados de uma amostra de 400 vírus que infetaram portugueses.
Já esta noite foi conhecida uma reação da Direção Geral da Saúde aos desenvolvimentos em torno da nova variante em investigação no Reino Unido e já detetada nos Países Baixos, Bélgica e Dinamarca. “É esperado que com a transmissão contínua de um vírus RNA ocorram processos de evolução e adaptação, como é o caso do SARS-CoV-2. A maioria das mutações não aumenta o risco para o ser humano. No entanto, algumas mutações ou combinações de mutações podem fornecer ao vírus uma vantagem selectiva, como o aumento da transmissibilidade ou como uma maior capacidade de evadir a resposta imune do hospedeiro”, indicou a DGS à Lusa, salientando que no caso desta nova variante, parece haver maior transmissibilidade. "
“Estas alterações podem estar associadas ao aumento da transmissibilidade do novo coronavírus. As mutações do vírus, que tornaram esta variante a dominante no Reino Unido, estão a ser acompanhadas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e pelas autoridades de saúde em Portugal”, acrescenta a informação enviada pela DGS.
A DGS afirma que a nova estirpe “parece não ter impacto na mortalidade por covid-19”, embora a informação disponível ainda seja “insuficiente para que existam dados definitivos sobre esta nova variante e o seu impacto na pandemia”.
Como o i noticiou na semana passada, já foram detetadas mais de 10 mil variantes do SARS-COV-2 e a ocorrência de mutações é de facto esperada. Esta no entanto chamou a atenção pelo número elevado de mutações, que incluem a zona genética do vírus responsável pela proteína spike, que permite ao coronavírus ligar-se às células humanas.