O diretor de Recursos Humanos da Ryanair, Darrell Hughes, afirma que não há "mais planos para despedimentos" além dos 23 previstos no Porto e seis em Lisboa – nem em Ponta Delgada nem em Faro, onde a companhia também está presente – mas não exclui mais despedimentos em Portugal.
Em declarações à Lusa, o responsável afirma que "não temos mais planos, mas o nosso calendário de voos para o ano ainda não está terminado. Não podemos excluir essa possibilidade [de mais despedimentos], mas vamos tentar proteger os empregos", referiu.
No fim de semana, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) acusou a Ryanair de iniciar um novo processo de despedimento coletivo, agora na base de Lisboa, depois de o ter feito no Porto. "A Ryanair resolveu, de forma incompreensível e sem qualquer critério de gestão, iniciar um novo processo de despedimento coletivo, agora na Base de Lisboa, envolvendo seis tripulantes, que curiosamente recusaram assinar, apesar da pressão da Ryanair, uma adenda que, como o sindicato alertou na altura, é ilegal", referiu o SNPVAC em comunicado.
O sindicato realça também que tomou conhecimento que a Ryanair retomou, no dia 01 de dezembro deste ano, o processo do despedimento coletivo dos tripulantes de cabina na base do Porto, que atingiu 23 pessoas.
Darrell Hughes vincou que a transportadora já conseguiu "acordos com 100% dos pilotos e 99% dos tripulantes" para obter poupanças de custos e eficiências que depois são devolvidas durante um período de quatro anos.
"Durante o verão, o cenário alterou-se muito no que diz respeito ao calendário de inverno e ficamos numa posição de excedente significativo de tripulação no Porto e em Lisboa. Numa tentativa final de salvar esses empregos começamos a negociar com o SNPVAC um acordo para manter os postos de trabalho para toda a gente", mas não foi possível obter esse acordo, segundo Darrell Hughes.
"A nossa porta está sempre aberta para negociações e trabalhamos muito para salvar empregos. Mas trabalhamos numa solução durante nove meses, eles assinaram um acordo, mas depois não o conseguiram ratificar. Não há negociações a ocorrer neste momento e é um pouco tarde", indicou o responsável, questionado sobre a possibilidade de um acordo.