Os proprietários da Herdade da Torre Bela, na Azambuja, disseram, esta quinta-feira, que repudiam “firmemente a forma errada, ilegítima e abusiva” como decorreu uma montaria na sua propriedade, no passado dia 17 de dezembro, e onde foram abatidos 540 animais.
Em comunicado, a Herdade da Torre Bela refere que teve “conhecimento do sucedido a posteriori e apenas através da comunicação social” e garante que está a colaborar com as autoridades.
“A Herdade da Torre Bela está, desde o primeiro momento, a colaborar de forma estreita e permanente com as autoridades competentes com vista ao cabal esclarecimento do ocorrido e ao total apuramento de responsabilidades, e reserva-se o direito de adotar as medidas judiciais adequadas, para ser ressarcida de todos os prejuízos provocados por este lamentável acontecimento”, lê-se.
Os proprietários sublinham ainda que a herdade “não era a entidade exploradora” da referida caçada, nem organizou ou nela participou, “direta ou indiretamente”, e por isso, “não tem qualquer responsabilidade no sucedido”.
“É inequívoco que o grupo de caçadores excedeu em larga medida os direitos de caça adquiridos, ultrapassando os limites acordados por contrato com a entidade exploradora e que se coadunam com o permitido pela licença de zona de caça que se encontrava à data, em vigor. Desde 2001, que a Herdade da Torre Bela desenvolve uma atividade cinegética, entendida como uma prática que contribui para a manutenção da biodiversidade e sustentabilidade ambiental, não tendo em nenhum momento sido detetada qualquer irregularidade. Aliás, foi a Herdade da Torre Bela, que, a partir de 2001, reintroduziu no local as espécies de caça maior, à data extintas, pelo que só pode repudiar de forma veemente o sucedido”, destaca a mesma nota.
“Ao contrário do que foi escrito de forma especulativa por alguns órgãos de comunicação social, a ocorrência deste lamentável abuso, a que a Herdade da Torre Bela é alheia, não tem nenhuma correlação com qualquer outra atividade da Herdade ou dos seus proprietários”, garantem os proprietários.
De realçar que a licença de caça da quinta da Azambuja foi revogada pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). O caso foi já reportado ao Ministério Público. Também o Ministério do Ambiente anunciou a suspensão imediata da avaliação de impacte ambiental do projeto das centrais fotovoltaicas da Quinta da Torre Bela.