Por Fernando Correia, Jornalista
A pandemia, diretamente, não causou estragos na minha vida e também não me atingiu em termos de saúde. Igualmente não perturbou os meus familiares mais chegados. No entanto, pode ter contribuído para a minha perda de lugar (contrato rescindido pela TVI) como jornalista-comentador da estação. Porquê? Porque na sequência de um problema isquémico que me atingiu no final do verão fui obrigado a ficar em tratamento por mais 15 dias, findos os quais me dispus a retomar o meu lugar no Diário da Manhã – tudo isto devidamente autorizado e acordado com a TVI.
Só que houve uma alteração na direção de informação e o novo diretor telefonou-me a explicar que o meu contrato era rescindido de acordo com a nova política da TVI.
Esta atitude provocou em mim algum mal-estar, pela desconsideração, tanto mais que eu estava na TVI desde 2004, como jornalista, relator e comentador, tendo sido também fundador da TVI24 com o programa diário Lugar Cativo.
Terá sido uma pandemia interna, compensada com o facto de o meu editor ter aprovado o meu novo livro – que será publicado em fevereiro – e que foi, sem qualquer dúvida, fruto do confinamento provocado pela covid-19.
Também fui compensado pela aula online que dei, para a Universidade do Algarve, sobre ‘Ética Comunicacional e Organizacional’, num estranho confronto com a falta de ética usada para comigo pela minha entidade empregadora.
Igualmente realizei uma série de programas de rádio para a Junta de Freguesia de Alcântara, o que me deu a enorme satisfação de regressar aos meus princípios de vida profissional.
Relativamente ao Natal, a situação não será tão cómoda, porque não posso estar com os meus filhos e netos, obrigados a cumprir regras de distanciamento físico e de confinamento até porque há crianças em risco, fazendo com que a ceia seja restrita, mas certamente calorosa e, sobretudo, espiritual, tendo em vista os objetivos que se perseguem nesta quadra do ano e que tantas vezes são alterados pelo ano adiante.
O novo ano será de esperança.