Várias personalidades assinaram, este sábado, uma petição para que seja feita uma nova versão portuguesa do filme da Disney 'Soul'.
Recorde-se que o filme gerou polémica uma vez que tem um protagonista negro e a voz de atores negros na versão original, contudo, na versão portuguesa, a dobragem foi feita por atores brancos, nomeadamente pelo ator Jorge Mourato, a voz da personagem principal.
Agora, a petição, assinada por Ana Sofia Martins, Dino D´Santiago, Mamadou Ba, Mayra Andrade, Nástio Mosquito, Pedro Coquenão e Sara Tavares, pede a entrada de vozes negras que representem a "importância histórica" deste momento.
“Este filme não é apenas mais um filme e o que ele representa importa. ‘Soul’ é um filme de animação da Disney estreado no final de 2020 mas que começou a ser desenhado em 2016 pela Pixar, tendo o propósito assumido de querer retratar a cultura musical e a comunidade Afro-Americana. Todo o processo foi muito rigoroso na escolha de argumentistas, equipe técnica e, claro, dos atores que dariam vida a este filme assumido como um manifesto contra a iniquidade na indústria do entretenimento. Foram tidas em conta várias personalidades e académicos para assegurar que a diversa comunidade Negra estivesse confortável com a representatividade da obra”, lê-se.
“Em Portugal a Disney tratou este filme como mais um, não tendo o mesmo critério e ignorando a intenção original na escolha de atores exclusivamente Afro-Descendentes para dar voz aos personagens. Não está em causa o habitual bom trabalho em dobragens feitas em Portugal ou a qualidade dos atores da versão Portuguesa mas há aqui a expectativa de respeito pela intenção original e pelo que este representa historicamente: ser o primeiro filme de animação com um protagonista negro, interpretado por vozes negras. As palavras respeito, representatividade e intenção são chave aqui”, acrescenta.
Os signatários reclamam assim uma nova versão portuguesa do filme, que respeite “a intenção original e reconhecendo a importância histórica deste momento”. “Porque este filme não é apenas mais um filme e o que ele representa importa”, remata.