Agência europeia desaconselha adiamento da segunda dose da vacina além de 42 dias

Reação surge depois de vários países ponderarem atrasar a segunda dose da vacina.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) desaconselha adiar a segunda dose da vacina Pfizer-BioNTech além dos 42 dias. Em causa está o facto de a Alemanha e a Bélgica, Estados-membros da União Europeia (UE), terem admitido administrar a primeira dose a mais pessoas, adiando a segunda dose além dos 21 dias prescritos.

Sophie Labbe, porta-voz da EMA, disse, em declarações à EFE, que, tal como indicou a Pfizer, "os vacinados podem não estar totalmente protegidos até sete dias após a segunda dose". Ainda assim, o organismo não proíbe estender a administração da segunda dose da vacina da Pfizer contra a covid-19 até aos 42 dias.

A responsável lembra que, apesar de a informação do produto não definir explicitamente o limite superior para o tempo entre as doses, “as recomendações de dosagem fazem uma referência explícita (…) onde é especificado, respetivamente, que a evidência de eficácia é baseada num estudo no qual a administração de duas doses foi realizada com intervalo de 19 a 42 dias".

Assim, qualquer alteração "exigiria uma variação da autorização de comercialização, bem como mais dados clínicos para apoiar tal mudança, caso contrário, seria considerada como 'uso off-label'".

Recorde-se que dada a escassez de vacinas, e à medida que outras vacinas começam a ser autorizadas na UE, há países que começam a considerar alterar as estratégias de vacinação, como foi o caso da Bélgica e da Alemanha – o objetivo era imunizar o maior número de pessoas possível, deixando a segunda dose para seis meses depois, quando houver produção suficiente. Também o Reino Unido e a Dinamarca poderaram um adiamento da toma da segunda dose da vacina contra a covid-19.