A Autoridade da Concorrência (AdC) foi notificada, no final do ano passado, da operação de concentração resultante da oferta pública de aquisição (OPA) da Pluris Investments sobre a Media Capital, uma OPA que o grupo de Mário Ferreira foi obrigado a lançar pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No comunicado, a entidade liderada por Margarida Matos Rosa diz que “recebeu, em 29 de dezembro de 2020, uma notificação de uma operação de concentração de empresas”, que “resulta da Oferta Pública geral e obrigatória de aquisição de ações representativas do capital social da sociedade grupo Media Capital por parte da Pluris Investments”.
Recorde-se que, em novembro, a Pluris do empresário Mário Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Media Capital, lançou uma OPA sobre 69,78% da dona da TVI, com uma contrapartida que nunca será inferior a 67 cêntimos por ação, de acordo com o anúncio preliminar.
Entretanto a Media Capital já veio reagir à OPA e diz considerar “adequado” o preço.
“A contrapartida equivalente a 0,67 euros por ação afigura-se adequada, em linha com os preços praticados em transações recentes, que são, aliás, do domínio público”, disse a dona da TVI em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No entanto, a dona da TVI relembrou que “desde 3 de novembro de 2020 a estrutura acionista da sociedade visada encontra-se estabilizada, tendo sido completamente ultrapassada o contexto de alegada atuação concertada que motivou a decisão da CMVM adotada pela deliberação de 19 de dezembro de 2020”.
É que, recorde-se, foi a CMVM que obrigou a empresa de Mário Ferreira – que já detém mais de 30% da dona da TVI – a lançar uma OPA sobre a Media Capital por considerar que o empresário e a Prisa atuavam com concertação de votos.