A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou “profundamente”, este sábado, a morte da atriz Fernanda Gonçalves, aos 88 anos.
Numa nota de pesar, Graça Fonseca define Fernanda Gonçalves como uma “referência” para gerações de atores que passaram pelo Teatro Experimental do Porto e “de espetadores que, com o seu talento e empenho, acreditaram na autenticidade única do teatro”.
“A história do Teatro Experimental do Porto, dos seus fundadores e daqueles que o continuaram, é uma história de exemplos e de resistência. Fernanda Gonçalves é um desses nomes, cujo percurso profissional se escreve nos palcos do Teatro Experimental do Porto e nas peças encenadas por esta companhia histórica, formadora de muitas das estéticas e dos discursos que, durante os tempos da ditadura, tornaram o teatro português mais próximo da grande história do teatro mundial”, lê-se.
“O percurso de Fernanda Gonçalves confunde-se não apenas com a história desta companhia, mas também com a história do teatro no Porto e, até, com a história do próprio teatro, porque, ao longo da sua carreira, deu voz, rosto e gestos às personagens de Sófocles, de Shakespeare, de António José da Silva, de Bernardo Santareno, de Bertolt Brecht, de Eugene O'Neill, de Samuel Beckett ou de tantos outros”, acrescenta a nota.
A ministra envia as suas condolências à família e amigos da atriz, “dedicada e formadora”, e refere que esta “deixa na memória de todos aqueles com quem trabalhou o exemplo de dedicação a uma causa que a todos nos deve orgulhar: a de, através das personagens que interpretou, contar histórias e nelas nos fazer acreditar”.
Em declarações à agência Lusa, Júlio Gago, amigo da família e antigo diretor da companhia, adiantou que Fernanda Gonçalves morreu na quinta-feira, no Porto.