No primeiro trimestre deste ano, os despedimentos no setor da restauração podem ultrapassar os 100 mil. O alerta é da Associação Nacional de Restaurantes, a Pro.var, com base num inquérito realizado a empresários do setor entre 4 e 10 de janeiro.
“Os empresários da restauração, com especial incidência nos restaurantes, afirmam que terão de despedir entre três a quatro trabalhadores por estabelecimento, o que se prevê que os despedimentos ultrapassem os 100.000 trabalhadores neste primeiro trimestre”, lê-se no comunicado assinado pelo presidente da associação, Daniel Serra.
A nota garante que, se em conjunto com o novo confinamento, o Governo não injetar liquidez adequada e imediata nas empresas, “cerca de um terço das empresas do setor da restauração que já se encontram em incumprimento com o estado, trabalhadores e fornecedores, colocam a hipótese de não reabrir e estima-se que em relação aos incumprimentos a situação fique descontrolada, pois mais de dois terços (70,1%) das empresas dizem não estarem em condições de cumprir com obrigações futuras”.
Nesse sentido, a Pro.var alerta para o “enfraquecimento e desaparecimento de milhares de microempresas que deixarão marcas profundas”.
Para que este cenário seja evitado, a Associação Nacional de Restaurantes pede apoios ao Governo para estas empresas com “caráter imediato”.
“Propomos o mesmo mecanismo encontrado no primeiro Apoiar, a criação de um APOIAR 2.0, para o último trimestre de 2020, atribuindo um apoio de 280 milhões de euros ( Apoio a fundo perdido dos custos fixos, com idêntica base de cálculo, 20% das perdas que se estimam serem de 1,4 mil milhões de euros, resultado de 70% de perda homóloga no valor de 2 mil milhões de euros), dividido por escalões que contemplem tetos diferentes para perdas superiores a 25% e 40%”, sugere.
A nota garante ainda que o setor da restauração “está exausto” depois de 10 meses de “restrições severas acompanhadas de apoios insuficientes” e um novo confinamento trará “consequências”. A associação diz ainda que para a maioria das empresas o take away “não é solução” e que “a maioria prefere encerrar totalmente a terem apenas as cozinhas a funcionar com um quarto dos trabalhadores mas com custos”.