Por Pedro d' Anunciação
A imprensa ruborizou-se demais ao ‘descobrir’ que os salários altos da TAP são mesmo muito altos – afinal, como em todas as outras empresas, públicas ou privadas –, enquanto se despedem trabalhadores e diminuem ali ordenados de outras pessoas por causa dos custos de funcionamento da companhia – como também sucede noutros sítios. Podemos começar por considerar que o ministro Pedro Nuno Santos, que fizera tanto finca-pé em privatizar a empresa, e mandar embora na melhor altura (para eles) os investidores privados, afinal não sabia nada disto, nem o que fazia.
Claro que há quadros de empresas públicas a ganharem muito, talvez bastante mais do que merecem, há imenso por aí. Quer-se comparar com os privados.
O presidente não executivo da TAP recusou o aumento a que tinha direito, mas por um lado, o seu ordenado já é bem alto; e por outro lado, como destacado dirigente do PSD, terá expectativas de carreira a que estas atitudes ficam muito bem. E mesmo assim teve de ser ‘forçado’
Nem todos os administradores, pelos vistos, seguiram o seu exemplo. Alguns nem nunca viram tanto dinheiro como vão ganhar agora, e por isso não abdicam de nada. A TAP pelos vistos tem dinheiro para estas despesas. Não aguenta é pagar a quem ganha menos. Não acha, Pedro Nuno Santos?