Desde setembro, cerca de 1.8 milhões de utilizadores desinstalaram a StayAway Covid — a app de rastreio de contactos das pessoas infetadas com o novo coronavírus em Portugal. Estes 1.8 milhões representam 60% do total de utilizadores, de acordo com dados da equipa do Instituto de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc-Tec), responsável pela aplicação, fornecidos ao jornal Público.
O número de utilizadores da aplicação atingiu um pico em outubro, numa altura em que o primeiro-ministro, António Costa, apresentou uma proposta de lei para a tornar obrigatória, mas desde aí tem vindo a descer. Em janeiro, apenas 39% das quase três milhões pessoas que a instalaram é que a continuam a utilizar.
A culpa é, segundo o líder da equipa responsável pela app, do desconhecimento e da má informação acerca do código de acesso. "As pessoas estão a perder a confiança na app porque não há códigos. E não há códigos porque os médicos estão mal informados sobre a forma como a app funciona e onde se encontram os códigos. Desde que a aplicação foi lançada que há médicos que nos contactam a pedir ajuda. Não deveria ser assim", afirmou, em declarações ao Público.
Desde o lançamento da aplicação, no início de setembro, foram entregues cerca de 11 mil códigos, mas, nos últimos cinco meses, apenas 2.708 (24%) foram utilizados.