A partir das 4 horas da madrugada desta sexta-feira deixou de ser possível viajar de Portugal para o Reino Unido. O anúncio foi feito ontem pelo Governo britânico, com menos de 24 horas de antecedência e apanhou de surpresa o Ministério dos Negócios de Estrangeiros, que não foi previamente informado. “Na nossa opinião não tem lógica. Em primeiro lugar é uma medida súbita e inesperada e isso é um primeiro elemento de surpresa negativa. Em segundo lugar, é uma medida que atinge fortemente pessoas que não foram devidamente avisadas para ela. Foi anunciada às 17:00 de um dia para entrar em vigor às 04:00 do dia seguinte”, disse Augusto Santos Silva, adiantando que iria pedir esclarecimentos.
Em causa na decisão de Downing Street está uma variante detetada na Amazónia, e já detetada noutros países, que aparenta também ser mais contagiosa como a variante inglesa – agora espalhada na Europa – e uma outra identificada na África do Sul. O Instituto Ricardo Jorge, que já detetou 75 casos com a variante inglesa, indicou ontem ao i que até ao momento não foram detetadas em Portugal as variantes recentemente identificadas na África do Sul e no Brasil. Desde novembro o INSA analisou 512 amostras e mais recentemente centrou-se no despiste de casos da variante inglesa. Inglaterra proíbe voos de Portugal pela ligação ao Brasil. Portugal foi o único país europeu alvo das medidas, com o Reino Unido a banir entradas da América do Sul e Central, Panamá e Cabo Verde. Cidadãos britânicos ou residentes que tenham estado nestes países podem entrar no Reino Unido mas que terão de fazer 10 dias de isolamento.