Confinamentos

Um comentador escreveu que há um século atrás, na chamada gripe espanhola, as regiões dos EUA que enriqueceram mais depressa, depois da crise,  foram precisamente as mais confinadas, e as que trataram melhor a saúde pública, sacrificando nesse instante a economia. Mas alguns nem querem ouvir falar nisso. 

Claro que agora é fácil dizer tudo o que se passaria para trás. Mas também é verdade que ouvi alguns especialistas sanitários, como o Dr . Graça (presença agradavelmente assídua na RTP) avisarem antecipadamente que os liberalismos previstos para o Natal ainda iam sair muito caros.

O Dr. António Costa tem razão num ponto: em democracia, se começasse por recusar esses liberalismos, talvez se tivesse portado melhor, mas a oposição teria sido grande, mesmo nos partidos legalizados, que se tornaria praticamente impossível. Por parte dos mesos que agora surgem a dizer o contrário

E pergunto-me porque será que as TVs fazem tamanhos choradinhos com os confinamentos, e os seus reflexos económicos nas diversas classes sociais, quando se sabe que são muito mais as atingidas – serão a maioria. Um comentador escreveu que há um século atrás, na chamada gripe espanhola, as regiões dos EUA que enriqueceram mais depressa, depois da crise,  foram precisamente as mais confinadas, e as que trataram melhor a saúde pública, sacrificando nesse instante a economia. Mas alguns nem querem ouvir falar nisso. Porque as suas vistas são a curtíssimo prazo. Como as da generalidade dos políticos. Sobretudo os mais populistas, e que acham também ganhar com isso imediatamente.

No entanto, o verdadeiro político é aquele que sabe estar para além da navegação à vista. De Venturas estamos fartos (embora, pelos vistos nem todos), e as experiências feitas com eles (e quejandos) deram sempre mal. Ainda por cima, não gostam nunca de largar o poder, e dar assim lugar a alternativas.  (como se viu com Tump e se vai adivinhando pelo que Bolsonaro diz).