Chegou o dia que tantos americanos esperavam, o último de Donald Trump na Casa Branca. Depois de ter sido eleito Presidente em 2016, o republicano dá hoje lugar ao novo Presidente eleito, Joe Biden.
No entanto, o ambiente não é exatamente de festa, e até pode ser comparado aos campos de trincheiras da Primeira Guerra Mundial ou à Guerra Civil.
Depois da invasão ao Capitólio por parte de apoiantes de Trump (e incitada pelo próprio), que provocou a morte de cinco pessoas, todas as precauções são poucas para que algo de idêntico não se repita. Assim, o centro da cidade de Washington está sob estreita vigilância, com cerca de 25 mil militares da Guarda Nacional presentes para garantir a segurança do evento.
O clima de insegurança é tão elevado, que até das próprias forças de segurança se desconfia. O FBI está a investigar todos os militares destacados para a investidura de Biden, uma vez que existe receio de um potencial ataque interno, por parte de membros das Forças Armadas.
“Estamos continuamente a analisar todos os procedimentos e a verificar duas, ou três vezes cada um dos indivíduos destacados para esta operação”, disse ao Guardian o secretário do Exército, Ryan McCarthy, citado pelo Guardian.
Esta é a maior operação de segurança alguma vez realizada para uma transição presidencial. O novo Presidente eleito deixou nas redes sociais um apelo à união de todos os americanos. “[O voluntariado] é a forma adequada de curar, unificar e reconstruir este país que amamos”, escreveu no seu Twitter pessoal, fazendo referência ao feriado de Martin Luther King, que é tradicionalmente marcado por atos de voluntariado para os norte-americanos.
Último dia de Trump Prestes a abandonar a Casa Branca, o último dia em funções de Trump foi bastante ocupado, tendo concedido cerca de 100 indultos e comutações, avançou a CNN.
Entre os “sortudos” estão aliados, ex-colaboradores e até rappers, como Lil Wayne, que, durante a última campanha de Trump, mostrou o seu apoio ao Presidente cessante.
Um dos maiores mistérios que persistem é se Trump vai incluir-se a si próprio, a membros da sua família ou a apoiantes mais próximos – nomeadamente o seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, ou o antigo conselheiro de campanha, Steve Bannon, acusado de desviar fundos para a construção do muro entre os Estados Unidos e o México – nesta lista de perdões.
Porém, segundo meios de comunicação internacionais, o Presidente cessante foi dissuadido de o fazer por membros da sua administração que “alertaram que isto pode fazer o Presidente parecer mais culpado”, escreve o Guardian.
A despedida Trump terá pedido uma parada militar para marcar a sua despedida, mas até isso lhe foi recusado pelo Pentágono.
O Presidente cessante não vai participar em nenhuma das cerimónias da investidura de Biden e nem sequer escreveu a tradicional carta de boas vindas ao seu sucessor.
É esperado que Trump abandone o edifício presidencial bem cedo e se dirija para a sua residência em Palm Beach, Florida.