Os países da União Europeia (UE) vão analisar a situação atual da pandemia, esta quinta-feira, numa cimeira virtual, e em cima da mesa está a possibilidade de encerrar as fronteiras para evitar a propagação das novas variantes do novo coronavírus, principalmente a do Reino Unido, por ser a mais contagiosa, contudo menos mortal.
A ideia será implementar a mesma paralisação generalizada das fronteiras dentro da UE que aconteceu na primeira grande vaga no ano passado. A maior parte da Comissão Europeia acredita que esta restrição transfronteiriça poderá ser essencial para travar a escalada viral de novas infeções do SARS-coV-2.
Segundo o jornal El País, o governo alemão de Angela Merkel divulgou um documento não oficial, no qual evidencia a “necessidade urgente de agir para prevenir ou pelo menos retardar a propagação de variantes preocupantes do vírus tanto para a UE como dentro da União”.
O documento alemão, citado pelo jornal espanhol, defende uma rápida alteração das restrições à liberdade de circulação para impedir a entrada de novas variantes nos territórios do espaço Schengen.
Além disso, a Alemanha ainda diz que todos os países devem exigir um teste à covid-19, antes da viagem, e quarentena, à chegada às pessoas provenientes de zonas com uma elevada presença das novas variantes.
Porém, de acordo com a proposta alemã, cada Estado-membro da UE poderá escolher quais os países que ficarão proibidos de viajar para o seu território num raio de até 15 quilómetros.
Com o encerramento das fronteiras, o que deverá ser garantido são "cadeias de abastecimento essenciais e a integridade do mercado interno, em particular, do transporte transfronteiriço de bens e fornecimentos", defendem os alemães no texto que o El País teve acesso.
Contudo, para esta solução acontecer, a Alemanha terá de convencer não só os Estados-membros, como também, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que alertou, esta quarta-feira, para o perigo de o mercado interno funcionar com o fecho geral das fronteiras.
“A mensagem é clara: o fechamento total das fronteiras não faz nenhum sentido", disse Von der Leyen ao Parlamento Europeu. “E não é tão eficaz quanto outras medidas muito mais precisas”, acrescentou a presidente, que prefere intensifica a estratégia de testes e rastreamentos à covid-19.
Uma das medidas será a criação de centros de teste nos postos de fronteira, para manter a fluidez sanitária no tráfego aéreo, pelo menos na União Europeia.