No início da semana passada foram partilhadas imagens que pareciam inacreditáveis para a maior parte do mundo. Na Nova Zelândia foi organizado um concerto com milhares de pessoas de uma das bandas pop mais famosas do país, os Six60.
Até à data do concerto, que aconteceu no dia 16 deste mês, não tinha sido detetada nenhuma transmissão do vírus desde 18 de novembro e apenas existiam 73 casos ativos na Nova Zelândia, mas tudo mudou esta semana.
Este fim de semana foi novamente identificado um caso de contágio dentro do país, o primeiro em mais de dois meses, o que levou a primeira-ministra, Jacinda Ardern, a anunciar que as fronteiras da Nova Zelândia deverão permanecer fechadas durante grande parte do ano, permitindo apenas a entrada de cidadãos da Austrália ou de outros países da Oceânia onde a pandemia se encontre sob controlo.
Esta medida servirá para medir o impacto a nível mundial das campanhas de vacinação contra a covid-19. “Dados os riscos no mundo e a incerteza quanto às campanhas de vacinação internacionais, podemos esperar que as nossas fronteiras sejam afetadas durante grande parte do ano”, disse Ardern aos jornalistas.
O vírus regressou à Nova Zelândia devido a uma mulher que regressava ao seu país de origem depois de ter estado na Europa. Esta tinha testado positiva para a covid-19 dez dias depois de ter terminado a quarentena de duas semanas num hotel.
As 15 pessoas que estiveram em contacto com esta neozelandesa infetada testaram negativas para o vírus e a primeira-ministra garantiu que a situação está controlada.
Megaoperação de vacinação cancelada O mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio, revelou que a cidade está praticamente sem vacinas contra o coronavírus, o que obrigou a suspender os planos de usar recintos desportivos, como o Yankee Stadium, para um processo de vacinação em massa.
De Blasio explicou que a cidade apenas possui 7700 doses de vacinas e pediu às autoridades federais para poder usar as doses reservadas para a segunda toma, mesmo sob o risco de os já vacinados poderem não receber a segunda dose atempadamente.
“Temos o compromisso de fazer com que todos recebam a segunda toma, mas a verdade é que estamos com uma enorme escassez de vacinas”, disse Bill de Blasio.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos já admitiu que não sabe exatamente quantas vacinas estão disponíveis, ao mesmo tempo que governadores e autarcas de diferentes regiões se queixam da falta de doses.
Perante estes protestos, a Casa Branca informou que está a planear uma ligação telefónica com governadores para discutir o plano de vacinação, enquanto os conselheiros de Biden atiram as culpas das falhas para a ausência de programação por parte do anterior Governo de Donald Trump.
O Presidente Joe Biden disse, na segunda-feira, que espera que o país possa em breve aumentar para 1,5 milhões o número de doses de vacinas aplicadas diariamente, tentando atingir o seu objetivo de administrar 100 milhões de doses nos seus primeiros 100 dias de mandato.
AstraZeneca em colisão com Comissão Europeia? Depois de a Comissão Europeia ter considerado “inaceitável” o atraso da AstraZeneca na entrega das vacinas contra a covid-19, a farmacêutica faltou a uma reunião com a União Europeia para discutir a quantidade de doses previstas para entrega aos Estados-membros. A AstraZeneca informou que irá responder por escrito à comissária da Saúde, Stella Kyriakides.
A farmacêutica e a União Europeia estão em rota de colisão desde que um porta-voz da AstraZeneca revelou que as entregas da vacina na Europa iriam ser inferiores ao previsto, numa redução de cerca de 60%, devido a problemas na capacidade de produção de uma fábrica na Bélgica.
Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse que a farmacêutica não revelou uma quantidade específica das vacinas que iria entregar, apenas se comprometendo a envidar os “melhores esforços”.
O outro motivo para a controvérsia deve-se ao facto de o Reino Unido poder vir a receber as vacinas primeiro que a União Europeia, algo que Soriot explicou dever-se ao facto de o acordo com o Reino Unido ter sido “alcançado em junho, três meses antes do acordo europeu”.