O secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, fazia bem em ler as suas declarações. Até tinha um certo estilo.
É que o homem é um perigo a improvisar. Por exemplo, há dias, percebi pelas suas palavras que nunca houve falta de oxigénio no Hospital Amadora Sintra, achando que ele assegurava ao mesmo tempo que serão feitos esforços para que ’o problema não se repita’. Não assegurou isto? Não garantiu aquilo? É que me pareceu.
E depois de umas vagas explicações sobre a necessidade de grande quantidade de oxigénio para os casos de intervenções ‘invasivas’, lá me parece ter reconhecido que houve transferências de doentes, decididas pelo Hospital, que têm continuado. Claro que se reconhece, praticamente todos o reconhecemos, em tudo isto um enorme esforço de muita gente – incluindo do Governo. E as eleições também o vieram reconhecer. É preciso é haver igualmente clareza na comunicação. E há coisas que são mesmo de louvar, apesar de poderem ter partido de erros do Executivo: as ajudas alemãs chagaram finalmente (há quem ache que não sobraram agradecimentos públicos para outras ofertas).; e o substituto de Francisco Ramos (que tinha problemas políticos mal avaliados pelos seus nomeantes – como ex-funcionário e apoiante de alguma campanha do BE –, o Alm. Gouveia e Melo, não me parece nada criticável pelo seu currículo (a não ser por o Governo ir mais uma vez atrás de alguém para chamar um militar ao cargo) – mas ao menos, se me lembro bem dele na carreira militar, é um bom comunicador, como me parece próprio dos oficiais da Marinha.