No âmbito do Dia Internacional da Epilepsia, que se assinala a 8 de fevereiro, a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia associa-se à campanha internacional “Epilepsia é mais do que ter crises”. Esta iniciativa lembra que a epilepsia não se resume aos episódios das crises epilépticas e tem várias repercussões no seio familiar, social e profissional, em particular no período associado à pandemia covid-19.
A LPCE defende ainda que durante o atual período de confinamento devido à pandemia por covid-19 deve existir um particular cuidado na reorganização dos cuidados de saúde, por forma a que as pessoas com epilepsia mantenham a necessária acessibilidade ao seu médico de família e a ligação às consultas de epilepsia.
“A determinação em manter a nossa missão, que é sobretudo de formar e cuidar, obriga a vencer todas as vicissitudes e continuar. Durante este ano fomos colocados à prova na nossa capacidade de resistir, de transformar, de modificar e de nos adaptarmos. Nunca desistir”, reforçou Manuela Santos, presidente da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia.
Os temas apresentados com a campanha “Epilepsia é mais do que ter crises” representam ainda a base de sensibilização para assinalar a semana da epilepsia, de 8 a 13 de março, e a comemoração dos 50 anos da LPCE. Além disso, constituem o arranque do 33º Encontro Nacional de Epileptologia, onde serão apresentados os derradeiros avanços e desafios na área, referindo que os últimos anos foram marcados por novos projetos e descobertas no tratamento da Epilepsia, em particular na área da neuro-estimulação e das técnicas minimamente invasivas.
O arranque desta campanha será no dia 8 de fevereiro na página de Facebook da LCPE, das 18h às 19h, com as principais mensagens que vão marcar o mês de fevereiro e março.
Recorde-se que a epilepsia é uma doença neurológica que envolve o sistema nervoso central, levando à ocorrência de episódios de crises epilépticas, que resultam de uma alteração da atividade elétrica do cérebro, e por isso afeta diversas funções motoras, cognitivas, sensoriais e afetivas. Esta descarga leva à ocorrência de episódios de curta duração (geralmente entre segundos a minutos), mas que são suficientes para que, na realidade, pareçam uma eternidade. Pela sua imprevisibilidade e falta de controlo, a sua existência causa grande insegurança nas pessoas com epilepsia, bem como nos seus familiares e conhecidos.
Em Portugal, 40 a 70 mil pessoas sofrem desta doença crónica. Calcula-se que uma em cada 100 crianças sofra de epilepsia ou se torne epilético.