Foi detetado em Portugal um segundo caso de covid-19 associada à variante genética da África do Sul.
"Foram detetados, até à data, dois casos da variante associada à África do Sul, sendo que não se detetou nenhum caso desta variante na amostragem nacional do período de 10 a 19 de janeiro, o que sugere que a circulação desta variante é ainda limitada em Portugal", refere o relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 do Instituto Nacional de Saúde Douto Ricardo Jorge (INSA), divulgado esta segunda-feira.
De realçar que o primeiro caso desta nova variante foi detetado no país no dia 7 de janeiro. O caso correspondia a um homem, de 36 anos, natural de África do Sul e residente em Lisboa, que já recuperou da doença.
Até ao momento, no âmbito do Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (covid-19) em Portugal, o INSA já analisou 3.261 sequências do genoma do SARS-CoV-2, obtidas de amostras colhidas em 71 laboratórios, hospitais e instituições, representando 235 concelhos de Portugal.
Desde o último relatório, divulgado a 12 de janeiro, foram analisadas mais 919 sequências. Destas, 532 sequências foram obtidas de amostras colhidas entre 10 e 19 de janeiro por laboratórios distribuídos pelas regiões da Madeira e dos Açores e por todos os distritos de Portugal continental.
O INSA analisou também 199 sequências obtidas em amostras suspeitas da presença das variantes associadas ao Reino Unido, África do Sul e Brasil ou de outros estudos específicos.
"Entre as novas sequências analisadas, a variante associada ao Reino Unido foi detetada por sequenciação com uma frequência de 16% na amostragem nacional de 10 e 19 janeiro", informa o INSA.
"Esta frequência relativa é concordante com a que foi estimada a partir dos dados de falha na deteção do gene S por RT-PCR para a mesma semana, no âmbito do estudo de monitorização contínua desta variante em colaboração com a Direção-Geral da Saúde e o laboratório Unilabs", acrescenta, destacando que "esta variante está amplamente dispersa por todo o território nacional".
Segundo o mesmo relatório, "não foi detetado nenhum caso associado à variante 501Y.V3 (P.1), primeiramente detetada no Brasil, em particular na região de Manaus (Amazónia), mas que foram detetados cinco casos da variante P.2, também detetada inicialmente no Brasil e associada a casos de reinfeção".
“Destaca-se ainda a emergência de uma variante com a mutação de interesse L452R na proteína Spike, tendo sido detetada com uma frequência relativa de 6.8% na amostragem nacional do período 10-19 de Janeiro, 2021. Esta variante foi associada a três casos na amostragem nacional de novembro, tendo agora um total de 57 sequências detetadas em 32 concelhos, abrangendo 9 distritos de Portugal continental e a Região Autónoma dos Açores, indicando alguma dispersão a nível nacional”, revela o estudo.