"O que vamos começar a fazer são ações simbólicas, para demonstrar este descontentamento junto da população, instituições onde trabalhamos e Governo", afirmou à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont, exemplificando com vigília, após o envio de uma missiva ao primeiro-ministro na passada sexta-feira. De acordo com o dirigente, a atribuição de uma compensação aos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) envolvidos no combate à pandemia, o plano de vacinação e o diploma relativo aos mecanismos excecionais de gestão dos profissionais de saúde para a realização de atividade assistencial foram "as últimas circunstâncias que desencadearam um maior descontentamento".
"Foi enviado hoje, pelo STSS, um Ofício ao Primeiro Ministro, António Costa, que procura solicitar a atenção para alguns dos problemas e questões graves que atingem os TSDT e que estão a causar grande indignação e revolta neste grupo profissional" começou por explicar o STSS, no seu site oficial, remetendo para o pedido de audiência urgente enviado ao primeiro-ministro, António Costa, demonstrando a "indignição e revolta" destes profissionais.
Na missiva, é possível ler que "a título de mero exemplo" são mencionadas "alguma legislação e decisões" que o STSS entendeu que têm de ser modificadas urgentemente: o Decreto-Lei 10-A/2021, de 2 de fevereiro, sobre os mecanismos excecionais de gestão de profissionais de saúde para a realização de atividade assistencial, no âmbito da pandemia de covid-19; a atribuição de uma compensação aos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) envolvidos no combate ao novo coronavírus; o Plano de Vacinação dos Profissionais de Saúde, no setor social e privado; e o reforço de recursos humanos TSDT no SNS.
Naquilo que diz respeito ao plano de vacinação, o STSS disse ter recebido queixas de associados de "não estarem a ser incluídos na primeira fase de vacinação, nas instituições do SNS, apesar de, na sua atividade diária, desempenharem atos em que têm contacto direto com pessoas suspeitas ou infetadas pelo SARS-CoV-2". "Consideramos de enorme gravidade o que está a acontecer, porque é incompreensível que não se vacinem todos os profissionais de saúde, incluindo os dos setores privado e social, muito menos é aceitável que as instituições não divulguem quais os critérios que estão a ser utilizados para estabelecer as prioridades de vacinação dos Profissionais", sustentou Luís Dupont.
"A manter-se este rumo, sem intervenção de António Costa, não restará outro caminho senão o regresso a formas de luta, que só ainda não ocorreram porque não deixamos de pensar todos os dias na defesa do SNS e dos cidadãos que necessitam dos nossos serviços e competências", alertou Dupont. No entanto, assegurou que não "estão ainda a falar em greve, porque neste momento a resposta que o SNS deve dar aos portugueses é mais importante".
Para além disso, na nota emitida no passado dia 2 de fevereiro, o sindicato apontou para as "consequências graves da revisão da carreira", adiantando ter pedido uma audiência ao primeiro-ministro, para "chamar a atenção para alguns dos problemas e questões graves que atingem estes profissionais de saúde e que estão a causar grande indignação e revolta junto de toda uma classe profissional".
Segundo dados do sindicato, existem cerca de 10.500 técnicos de diagnóstico e terapêutica no SNS.