Uma fábrica têxtil clandestina em Tânger, Marrocos, foi palco de um curto-circuito que ceifou a vida de pelo menos 26 das 40 pessoas que lá trabalhavam. Fontes oficiais do país revela que os trabalhadores morreram eletrocutados.
Entre as vítimas estarão, pelo menos, 17 mulheres e 8 homens entre 20 e 40 anos, mas as investigações no local do acidente continuam, escreve a AFP.
Ainda foram resgatadas 12 pessoas, avançou o site Le360, que devem o resgate a um morador que os ajudou a sair da cave com uma corda. As imagens acabaram por ser partilhadas no YouTube.
Segundo relatos de diversos meios de comunicação, as instalações, localizadas no bairro Branes II, não respeitavam os requisitos de segurança para a indústria têxtil.
A fábrica ilegal, que se situava na cave de um imóvel residencial, foi inundada por chuvas fortes, o que terá provocado uma corrente que eletrocutou os trabalhadores.
As chuvas foram de tal forma intensas que, segundo descreve o El País, chegavam à altura das janelas dos carros e inundaram a maior parte dos bairros degradados desta cidade.
Tânger foi uma das cidades que mais se desenvolveram em Marrocos durante a última década, devido à aposta do Rei de Marrocos, Mohamed VI, que inaugurou importantes infraestruturas como o porto de Tânger Med, em 2007, fábricas da Renault e Peugeot-Citroën e uma linha de alta velocidade que liga Tânger a Casablanca, a maior potencia económica do país e única que supera Tânger.
No entanto, paralelamente a todo este progresso, existe uma grande parte da população que vive de forma precária, incluído um grande número de emigrantes que procuram uma vida melhor, fenómeno que favorece a proliferação de fábricas ilegais, clandestinas e sem condições como esta manufatura têxtil onde se deu o acidente.
Um estudo publicado em 2018 pela Confederação dos Empregadores de Marrocos afirma que em Marrocos 54% da produção do setor têxtil é gerado por fábricas clandestinas “que não cumprem normas [de segurança] legais”.