Tóquio2020. Vão mesmo acontecer os Jogos Olímpicos?

O evento foi adiado para 2021 e a sua realização está em dúvida.

A organização dos Jogos Olímpicos de 2020, a acontecerem no verão de 2021, tem mantido vigente a sua vontade e o seu empenho em realizar o evento. Apesar do momento pandémico que se vive globalmente e da vontade popular dos japoneses de que não se realizem – segundo um estudo feito pela cadeia de televisão japonesa NHK, 77% dos inquiridos confessaram achar que o evento deveria ser novamente adiado ou mesmo cancelado –, tudo parece apontar para que o comité organizador vá mesmo avançar com as Olimpíadas. Isto após o jornal britânico The Times ter revelado que o Governo japonês, de forma privada, “concluiu que os Jogos Olímpicos terão de ser cancelados devido ao coronavírus”, garantindo que estão “focados em assegurar os Jogos para a cidade no próximo ano disponível, 2032”.

A preocupação principal sobre o evento é comum a todos os participantes: como se vai salvaguardar a saúde dos milhares de atletas envolvidos – para além das equipas técnicas, staff e comitivas – num evento que junta pessoas dos quatro cantos do mundo num único lugar? A resposta do comité organizador é clara: limitações de público e de quantidade de participantes e a apresentação atempada de testes negativos à covid-19 antes de viajar para o país. Sobre a possibilidade de exigir aos atletas que sejam vacinados para participar no evento, o comité organizador desmente e desvaloriza, bem como sobre a obrigatoriedade de quarentena na chegada ao país – pelo menos assim consta no Playbook, o “manual” de regras para o antes, durante e depois do evento, lançado pela organização.

O desafio principal, no entanto, será a logística. Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, participaram 11 mil atletas de 200 países diferentes, mais as respetivas comitivas e equipas técnicas – uma realidade que se torna impensável no atual momento.