O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior do Exército estiveram presentes no funeral do tenente-coronel Marcelino da Mata, esta segunda-feira, no cemitério de Queluz.
Recorde-se que aquele que é o militar mais condecorado do Exército português morreu aos 80 anos, na quinta-feira passada, no Hospital Amadora-Sintra, vítima da covid-19.
A cerimónia religiosa foi celebrada pelo bispo das Forças Armadas, Rui Valério, e pelo capelão do Regimento de Comandos, alferes Ricardo Barbosa. Marcaram também presença, além de Marcelo Rebelo de Sousa, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro; o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Nunes da Fonseca; representantes da associação de comandos, ex-militares, muitos com a boina vermelha dos Comandos, força de elite da qual Marcelino da Mata foi fundador.
A cerimónia pôde ser acompanhada em direto na página do Facebook do ‘Regimento de Comandos da Amadora’ e pelo jornal online Notícias Viriato, que terá sido o único órgão de informação que transmitiu na íntegra o funeral.
Sublinhe-se que o nome Marcelino da Mata está longe de ser consensual. Apesar de ser o militar do Exército português com mais condecorações e de o seu funeral ter contado com a presença de altas figuras do Estado, o tenente-coronel é visto como um herói por muitos mas há também quem o acuse de ser “um criminoso de guerra”, como fez Mamadou Ba no fim de semana passado, já depois da morte do militar, na sequência do pedido do CDS para que se decretasse luto nacional.
“O CDS quer que se decrete luto-nacional pelo falecimento do sanguinário Marcelino da Mata que confessara o seguinte: “Nunca entreguei um turra à PIDE, cortava-lhes os tomates, enfiava-lhos na boca, e ficava ali a vê-los morrer”. É a assunção de uma desavergonhada filiação ideológica ao horror colonial”, escreveu o ativista nas redes sociais.
Na sequência da publicação, os centristas vieram exigir a “saída imediata” de Mamadou Ba do Grupo de Trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, criado pelo Governo em janeiro.
O Chega, de André Ventura, também veio criticar a posição de Mamadou Ba, anunciando mesmo que iria apresentar queixa contra o ativista junto da Procuradoria-Geral da República, por "ofender gravemente a memória de pessoa falecida", um crime previsto e punível com seis meses de prisão.