"É prematuro estarmos a falar de desconfinamento", admitiu o secretário de Estado e Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, em declarações aos jornalistas na cerimónia da entrega das unidades móveis de saúde aos municípios de Coimbra.
Lacerda Sales sublinha que aquilo que o Governo quer neste momento é garantir que "cada um de nós possa seguir o que são as regras. Queremos garantir um confinamento seguro".
Em relação à vacinação, “cerca de 6,3%” da população portuguesa já está vacinada, sendo que 2,3% pessoas receberam as duas doses. "O plano de vacinação está em alinhamento com os países da Europa", afirma o secretário de Estado e Adjunto e da Saúde que ainda explicou que no final do primeiro semestre teremos talvez 8 a 9 milhões de portugueses vacinados em vez dos 11 milhões que previram inicialmente.
No que toca aos atrasos do programa de vacinação, Sales assumiu que o Governo de António Costa tem “responsabilidade”, mas frisa que o país está dependente "da capacidade de produção e dos mecanismos de aquisição europeia. Precisamos que as vacinas cá cheguem para depois executar o plano, quer ao nível logístico, quer de administração".
"Processo de vacinação não pode acorrer a todos ao mesmo tempo", afirma o secretário do Estado, "Não há ultrapassagens", refere, na sequência da notícia que dá conta de que a vacinação das forças de segurança e dos bombeiros vai deixar de ser prioritária devido à insuficiência de vacinas, sendo administradas apenas as restantes nas pessoas com 80 ou mais anos e entre os 50 e os 79 anos com doenças crónicas.
Sales sublinha que "há de facto uma grande prioridade em proteger as faixas etárias mais vulneráveis. Temos é que defender estas faixas etárias mais vulneráveis. Isso não significa que os serviços essenciais não sejam vacinados".
Já no final da conferência, António Lacerda Sales foi questionado pelos jornalistas sobre os indicadores de testagem e evidenciou que Portugal é “um dos principais países a testar e vamos fazer uma testagem massiva ao longo do país".
Ainda sobre a gestão da pandemia, o secretário de Estado perguntou retoricamente o "que teria sido do combate à pandemia se não tivéssemos duplicado as unidades de cuidados intensivos para que hoje haja 9,4 camas por 100 mil habitantes? O que teria sido se não fosse a expansibilidade da rede do SNS?".