Nova variante do SARS-coV-2 detetada no Japão

Já foram confirmados 91 casos no país. As autoridades japonesas acreditam que a nova variante chegou ao país do estrangeiro.

Uma nova variante e possivelmente muito contagiosa está a circular no Japão, na região de Kanto, anunciou o secretário-geral do governo japonês, Katsunobu Kato, esta sexta-feira.

Já foram confirmados 91 casos no país, além de outros dois detetados nos aeroportos do Nepal, o que resulta num total de 93 pessoas infetadas com esta nova variante da SARS-coV-2.

Segundo Katsunobu Kato disse à Japan Times que esta estirpe “pode ser mais contagiosa do que as variantes convencionais e, se continuar a propagar-se internamente, pode levar a um rápido aumento de casos”.

De acordo com a National Institute of Infectious Diseases, as autoridades japonesas acreditam que a nova variante chegou ao país do estrangeiro.

Tal como as outras, a nova estirpe também possui a mutação E484K na proteína spike do SARS-CoV-2, que pode prejudicar a eficácia das vacinas. O Japão começou a vacinar esta semana e o governo admitiu estar atento às novas variantes que podem ser mais resistentes às vacinas que estão a administrar.

É de realçar a descoberta da nova variante coincide com o momento em que o Japão está a tentar conter a terceira vaga de casos de covid-19. Foi detetado um surto de covid-19 numa instalação de imigração em Tóquio, em que cinco funcionários e 39 detidos estrangeiros estão infetados com o novo coronavírus. Agora, os infetados estão em quarentena.

Segundo o porta-voz do Gabinete Regional de Imigração de Tóquio, os 130 presos na instalação foram testados para o vírus. O representante não disse quais eram as nacionalidades dos detidos infetados, referindo-se a questões de privacidade. 

O atual sistema de detenção do Japão para quem não cumpre com as leis de imigração e para requerentes de asilo tem sido duramente criticado pelos cuidados médicos, monitorização de detidos e resposta a emergências. "Muitos detidos estão trancados em espaços pequenos e fechados", contou Motoko Yamagishi, líder de um grupo de direitos dos migrantes. "É lamentável que tal surto tenha acontecido no centro".