Um piloto, que estava desaparecido desde janeiro, foi resgatado, este sábado, depois de passar 36 dias perdido na floresta amazónica, no Brasil.
O acidente aconteceu no dia 18 de janeiro, enquanto o piloto, Antônio Sena, de 36 anos, realizava um voo entre os municípios brasileiros de Alenquer e Almeirim, no Pará.
Em declarações à TV Globo, Antônio contou que passou um mês a alimentar-se com ovos e frutas que encontrava na floresta.
“As minhas prioridades sempre foram buscar água e tentar buscar alimento, seja ele qual fosse”, contou.
Logo após o desaparecimento, a Força Aérea brasileira iniciou buscas que duraram cinco dias, mas foram encerradas por não haver vestígios, nem da aeronave, nem do piloto. Desde então, os irmãos de Antônio deram início a uma campanha nas redes sociais, que levou vários voluntários a ajudar nas buscas pelo piloto.
Na quinta-feira, nas redes sociais, a irmã de Antônio revelou que tinham finalmente encontrado uma pista que os podia levar até ao irmão. "Estamos nos preparando para esse momento: são mais de 30 horas de barco, 30 minutos de voo e aproximadamente sete dias a pé para percorrer a área", disse no Facebook.
No sábado, o piloto acabou por ser resgatado e teve de receber assistência hospitalar. Depois de mais de 30 dias a caminhar na floresta, Antônio encontrou trabalhadores que estavam a apanhar castanhas e foi assim que conseguiu pedir ajuda.
"Já eram entre 15h30 e 16h e caminhando no meio da mata eu vi uma coisa branca. Quando tirei a lona, vi um paneiro com castanha e as ferramentas pra abrir ouriço. Fui procurando a trilha [dos coletores]", afirmou Antônio Sena, que se conseguiu encontrar com os homens.
"Posso dizer que a única coisa que me manteve forte para sair daquela situação foi o amor que eu tenho pela minha família e a vontade de ver meus irmãos, meus pais", contou.
Após ser resgatado, Antônio contou que a aeronave que pilotava deixou de funcionar e conseguiu aterrar num vale, desviado das árvores maiores.
“Como é tudo muito rápido, eu só lembro de conseguir sair do cockpit e minha mochila estava jogada do lado, peguei minha mochila, um saco de pão, algumas coisas e me afastei da aeronave, que tinha muito óleo diesel. Aí peguei uma corda e o que pude pegar que tinha na aeronave e que fosse me ajudar no meio do mato. Não demorou muito e a aeronave começou a pegar fogo. Ela está queimada. Uma parte esta queimada”, detalhou.
“Se fosse para resumir essa história, eu diria que é uma história de amor e fé", disse, depois de agradecer a todos aqueles que não desistiram de o procurar.