A obtenção do nível IV de treinador é, como vários técnicos e dirigentes se têm queixado nos últimos anos, uma “dor de cabeça”. A formação de treinadores divide-se em quatro níveis, homologados pela UEFA, o que permite que possam saltar entre as ligas europeias com pouca ou nenhuma necessidade de novos testes e formações. No mínimo, a formação nos últimos dois níveis demorará um ano e meio, mas esta fase acaba sempre por se alongar, devido à limitação de vagas existentes para os diferentes cursos.
Crítico deste sistema é mesmo António Simões, que aponta o dedo à UEFA, e exige que se reorganizem os cursos de treinadores. “Isto é adiar uma situação que pode ser perfeitamente resolvida de forma mais rápida, intensa e despachada”, concluiu o antigo jogador, que criticou ainda o facto de existir uma área “cinzenta”, em que, ao permitir que treinadores com o grau III se sentem no banco, mas sem poderem dar ordens, é como se fossem efetivamente autorizados, “mas só para se sentar em metade da cadeira”.
Os primeiros dois níveis de formação são realizados nas diferentes associações de futebol do país, segundo informou ao i fonte da ANTF, passando os níveis III e IV a ser orientados diretamente pela Federação Portuguesa de Futebol, segundo diretivas e orientações da UEFA, sendo importante realçar que, neste ano, estão em marcha três cursos, mais dois do que a UEFA normalmente permite, graças a pedidos excecionais da FPF. Os cursos para o nível IV, ainda assim, acabam por ter um número de vagas que não corresponde ao elevado número de candidatos, como aconteceu no verão de 2020, em que, para 199 candidatos, foram abertas apenas 40 vagas.