Registada queda na natalidade em todos os distritos do país

Bragança e Portalegre são os distritos que registaram menos nascimentos, opondo-se a Lisboa.

Os 18 distritos do país registaram, nos dois primeiros meses do ano corrente, menos nascimentos, num total de 11.248, menos 2.694 face ao período homólogo de 2020, revelam dados baseados no Teste do Pezinho divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Na nota publicada no site oficial da entidade anteriormente mencionada, é possível ler que este número diz respeito aos recém-nascidos estudados no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo INSA, através da Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do seu Departamento de Genética Humana.

Assim, comparando com igual período do ano passado, realizaram-se menos 2.694 “testes do pezinho” (13.942). Este exame deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia de vida do recém-nascido, “porque antes do terceiro dia os valores dos marcadores existentes do sangue do bebé podem não ter valor diagnóstico e após o sexto dia alguns marcadores perdem sensibilidade, havendo o risco de atrasar o início do tratamento”, lê-se no comunicado.

Por outro lado, “todos os casos positivos são posteriormente encaminhados para a rede de Centros de Tratamento, sediados em instituições hospitalares de referência, contribuindo para a prevenção de doenças e ganhos em saúde”.

Importa referir que, segundo os dados do PNRN relativos aos primeiros dois meses de 2021, observa-se que o maior número de bebés rastreados nasceram nos distritos de Lisboa e do Porto, com 3.345 e 2.086 testes efetuados, respetivamente, seguidos de Braga , com 812, e Setúbal, com 798. A seu lado, Bragança (71), Portalegre (81), Guarda (86) e Castelo Branco (121) foram os distritos com menos recém-nascidos estudados.

“O PNRN realiza, desde 1979, testes de rastreio de algumas doenças graves, em todos os recém-nascidos, o chamado ‘teste do pezinho’”, adianta o INSA, esclarecendo que o exame “é efetuado através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma”.

É de referir que aproximadamente 85.500 bebés nasceram em Portugal em 2020, o valor mais baixo desde 2015, ano em que foram realizados 85.056 testes do pezinho. No ano passado foram estudados 85.456 recém-nascidos, menos 1908 bebés do que em 2019 (87.364), no âmbito do PNRN.