Os lotes da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, que foram suspensos em vários países da União Europeia (UE) por suspeita de estarem relacionados com eventos tromboembólicos, “não foram distribuídos para Portugal”, confirmam a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Infarmed.
De acordo com as autoridades portuguesas, ainda não foi confirmado a relação causal entre a administração da AstraZeneca e os eventos tromboembólicos.
Num esclarecimento assinado pelas duas autoridades na sexta-feira, a suspensão dos lotes pelas autoridades da Áustria, Estónia, Letónia, Lituânia e Luxemburgo (lote ABV5300) e da Itália e Roménia (lote ABV2856) da vacina da AstraZeneca foi “uma medida de precaução”
A DGS e o Infarmed defendem que "as pessoas podem ser vacinadas de acordo com o agendamento efetuado" e que "a segurança das vacinas é de extrema importância”.
Ainda no esclarecimento disponível no site do Infarmed, as autoridades de saúde adiantam que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) e todas as autoridades nacionais competentes, nas quais se incluem a DGS e o Infarmed, estão a “monitorizar continuamente a segurança das vacinas, para garantir que os benefícios superam quaisquer potenciais riscos, em articulação com os seus parceiros internacionais".
A DGS e o Infarmed ainda esclarecem que "os eventos tromboembólicos podem ocorrer naturalmente, e não são raros" e que o número de casos comunicados até ao momento entre pessoas vacinadas contra a covid-19 na UE não é superior ao que ocorre naturalmente na população em geral.
"Até ao momento, as evidências disponíveis não confirmam que esta vacina seja a causa dos eventos tromboembólicos registados após a vacinação, estando estes eventos a ser cuidadosamente avaliados por peritos nacionais e europeus", realçam.
Até ao dia 10 de março, a UE já inoculou cerca de 5 milhões de pessoas com as doses da vacina da AstraZeneca. Já no Reino Unido, até ao final de fevereiro, foram administradas cerca de 10 milhões de doses, sem ter a necessidade de emitir algum alerta de segurança sobre estes eventos, declaram no esclarecimento.
Por estes motivos, a DGS e o Infarmed reiteram que "os benefícios desta vacina continuam a superar os riscos, pelo que a vacina pode continuar a ser administrada nas datas agendadas para o efeito".