Já foram registados na Europa perto de 24 mil casos da variante do SARS-CoV-2 detetada no Reino Unido. De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), registaram-se ainda 900 casos da variante detetada na África do Sul e 200 do Brasil.
De acordo com Bruno Ciancio, diretor do departamento de Vigilância do ECDC, todas estas variantes são mais contagiantes do que a estirpe original. No caso da detetada no Reino Unido mais 36-75%, mais 50% na detetada na África do Sul e uma percentagem ainda indeterminada no caso da variante do Brasil.
O especialista destacou, no entanto, que os casos já detetados na União Europeia (UE) e Espaço Económico Europeu (EEE) são provavelmente inferiores à sua presença real. Em causa está a limitada sequenciação de amostras positivas realizada.
"É encorajador ver que a capacidade está a aumentar, mas muitos países estão ainda longe de atingir os seus objetivos", disse Bruno Ciancio, durante uma audição por videoconferência na comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu, referindo-se à meta da Comissão Europeia de pelo menos 5% das amostras positivas serem sequenciadas a nível nacional pelos Estados-membros.
O especialista disse ainda que para já não há evidências de que a variante do Reino Unido cause "problemas em termos de imunidade adquirida através de infeções ou vacinação anteriores". Em relação à variante detetada na África do Sul, há informações que apontam para uma menor proteção conferida pelos anticorpos já gerados e a variante detetada no Brasil pode causar reinfecção em pessoas que já foram infetadas.
Segundo o ECDC, a presença destas variantes aumentou nos últimos dias – a do Reino Unido está atualmente presente na maioria dos países europeus, a sul-africana está presente em 18 e a brasileira em nove.