A atriz Letitia Wright, que dá vida a Shuri nos filmes Black Panther, escreveu uma carta de homenagem a Chadwick Boseman, após a nomeação póstuma do ator nos Óscares pelo papel em Ma Rainey's Black Bottom. "É o irmão mais velho que eu nunca tive", afirmou Wright. Recorde-se que o ator morreu no final de agosto, aos 43 anos, vítima de um cancro do cólon.
No texto, publicado na revista Vogue, a atriz de 27 anos recordou o primeiro encontro que teve com Chadwick Boseman, antes de saber que viria a fazer de sua irmã no grande ecrã.
"Desde o momento em que nos conhecemos, que amei o Chadwick Boseman. Cheguei a Los Angeles em setembro de 2016, tinha sido chamada para uma audição para um filme da Marvel Studios que seria dirigido pelo Ryan Coogler. Era claro que era um assunto importante", contou.
"Eu tinha apenas 22 anos e estava incrivelmente nervosa, mas o Chad – que já tinha sido escolhido para o papel principal – entrou com ali com um smoothie, com um ar descontraído. Eu ouvi Deus a falar para o meu coração; que ele seria o meu irmão e que eu o amaria como tal".
Durante a audição, ao interpretarem irmãos pela primeira vez, a atriz conta que colocou a sua mão no peito de Chadwick Boseman. "Estava eu a tocar no peito de um homem que acabara de conhecer?", questionou. No entanto, o ator envolveu as suas mãos nas mãos de Wright e foi nesse momento que ficou claro que "aquilo se tornou mais do que uma audição". "Senti que tinha encontrado o irmão mais velho que nunca tive", afirmou.
A segunda vez que se viriam a encontrar, nos estúdios em Atlanta, o ator "já tinha as energias em baixo". "Disse que estava cansado, por andar a viajar pelo país para fazer audições com diferentes atores, e eu questionei-me se a nossa ligação já não seria a mesma. Mal eu sabia que ele já tinha dito à sua equipa e à Marvel que tinha encontrado a sua irmã em mim".
"Gostava de me poder ter despedido. Gostava de lhe poder ter dito o quanto ele me inspirava. O quão querido ele é pelo mundo. O quão grata estou por ele me ter visto a mim, uma jovem negra do Guiana – um pequeno peixe no oceano. O quanto o seu 'sim' para eu fazer parte do seu mundo mudou a minha vida. Pelo seu ato altruísta de partilhar o seu espiríto e o seu dom connosco", terminou.