Um bebé, de um ano, está em estado crítico depois de ter sido atingido a tiro na cabeça pela polícia de Houston, nos Estados Unidos, durante uma perseguição de um suspeito, informou a mãe da criança, Daisha Smalls, numa conferência de imprensa, esta terça-feira.
A perseguição remonta ao dia 3 de março, quando a mãe da bebé estava a abastecer o carro numa bomba de combustível, ouviu sirenes dos carros da polícia a aproximar-se e antes que tivesse tido tempo de se aperceber de alguma coisa, um indivíduo aproximou-se e exigiu-lhe que esta lhe entregasse o carro, só que o filho de um ano estava no banco de trás pelo que Daisha Smalls recusou.
“Não o deixei levar o carro porque o meu filho estava lá dentro”, explicou, citada pela CNN, adiantando que também ela estava sentada no carro, à espera que o depósito enchesse, quando tudo aconteceu.
“Antes de poder perceber o que se estava a passar, eles [a polícia] já estavam a disparar sobre o meu carro e temi pela vida do meu filho”, afirmou na conferência de imprensa, onde se fez acompanhar pelos seus advogados.
A 4 de março, um dia após o tiroteio, o chefe da polícia Troy Finner emitiu um comunicado, no qual explicou que o individuo que estava a ser perseguido era suspeito de dois roubos e tinha em sua posse uma arma de fogo quando entrou no carro de Daisha Smalls.
Segundo o polícia, o homem recusou largar a arma, razão pela qual os agentes terão disparado, acabando por matar o suspeito, mas também balear o bebé que estava no interior do carro. Facto que é admitido no texto do documento, que no entanto, ao contrário do que disse Daisha Smalls, diz que esta não estava dentro da viatura aquando do tiroteio.
“Com receio pela segurança da mãe, um dos nossos agentes disparou a sua arma, atingindo mortalmente o suspeito. Infelizmente, o bebé Legend também foi atingido. De imediato, os agentes prestaram primeiros socorros”, lê-se no comunicado.
Já os advogados da mãe do bebé levantam a questão: “Porque é que eles dispararam sabendo que ela estava dentro do carro? Não sabiam quem mais poderia estar no carro. Podiam lá estar crianças, podiam estar outras pessoas, mas mesmo assim dispararam. Tragicamente, o pequeno Legend terá de lidar o resto da sua vida com as consequências da decisão [da polícia] de disparar sobre o carro da sua mãe, mesmo sabendo que ela estava no interior”.
Segundo o chefe da polícia, não se sabe se os agentes teriam conhecimento de que o bebé estava dentro do carro.
“A questão é que existiam pessoas inocentes na linha de fogo e sabemos que não se dispara sem ter a certeza de quem é o alvo”, acrescentou outro advogado da equipa de defesa da mãe do bebé.
Legend está ventilado há 10 dias, a bala foi removida da cabeça, mas alguns fragmentos continuam lá alojados.