A Turquia abandonou, este sábado, a Convenção de Istambul, um tratado pan-europeu, assinado por 45 países há 10 anos, que tinha como objetivo prevenir a violência contra as mulheres. O tratado tinha sido assinado por Recep Tayyp Erdogan, atual Presidente da Turquia, enquanto primeiro-ministro em 2011.
A Turquia foi um dos primeiros 14 Estados a assinar a Convenção do Conselho da Europa, no entanto, segundo os seus críticos, nunca a implementou.
A notícia de que o governo turco tinha intenção de abandonar o tratado surgiu no ano passado e provocou protestos em várias cidades do país. Segundo grupos islâmicos conservadores, o tratado contém artigos com um impacto negativo "na estrutura familiar" que vão contra "os valores nacionais", alegando que o texto promove a homossexualidade.
Dentro do próprio partido de Erdogan – o islâmico AKP –, há quem não concorde com a decisão, incluindo algumas deputadas e uma organização de mulheres próxima do partido e cuja vice-diretora é Sumeyye Erdogan, filha do Presidente turco.