O país registou três sismos esta semana. Aquele que teve maior magnitude – 3,4 na escala de Richter – ocorreu na passada quinta-feira. Para Fernando Carrilho, chefe da divisão de Geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), este fenómeno «não é surpreendente».
Portugal tremeu por três vezes
A cidade de Vila Franca de Xira e a vila de Pavia foram os pontos mais a norte e a sul, respetivamente, do epicentro do sismo que se registou, esta quinta-feira, a cerca de oito quilómetros a este de Loures – ou seja, no campo de tiro de Alcochete. Para Fernando Carrilho a zona em que o terramoto se fez sentir «é sismicamente ativa, do ponto de vista instrumental», sendo «de perigo».
No entanto, o engenheiro defende que não existe «razão para preocupação», ainda que esta seja a área vitimizada pelo sismo de 26 de janeiro de 1531 – teve o epicentro em Vila Franca de Xira, uma magnitude entre 7,0-7,5 na escala de Richter abalou e provocou 30.000 mortos –, e o de 23 de abril de 1909, que causou 42 mortos e 75 feridos e teve uma magnitude de 6,3 na mesma escala.
Importa ainda referir que Portugal continental registou outro sismo esta semana. Segundo o IPMA, pelas 15h10 de terça-feira, foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente um sismo de magnitude 2.7 na escala de Richter. É de referir que o epicentro deste abalo ficou localizado a cerca de 16 quilómetros a Norte-Noroeste de Montalegre, no distrito de Vila Real.
Por outro lado, no arquipélago dos Açores, um dia depois, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcância dos Açores (CIVISA) registou um sismo de magnitude 3,4 na escala de Richter – a mesma magnitude daquele que afetou Lisboa – a cerca de 13 quilómetros da freguesia do Faial da Terra, em São Miguel.
Em comunicado, o CIVISA esclareceu que o evento registou-se às 17h22 (hora local, 18h22 em Lisboa), tendo sido «sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli Modificada) nas freguesias de Faial da Terra e de Nossa Senhora dos Remédios».
Que significado?
Naquilo que diz respeito à escala de Richter, a intensidade de 2,0-2,9 corresponde a um sismo muito pequeno – como aquele que teve epicentro em Vila Real – que, geralmente não é sentido pela população, mas sim apenas detetado por sismógrafos, ocorrendo cerca de 1.000 por dia.
A seu lado, a magnitude entre 3,0-3,9 – como a dos terramotos da zona de Lisboa e Faial da Terra – prende-se com a ocorrência de um sismo pequeno que é frequentemente sentido, mas raramente causa danos, acontecendo aproximadamente 49.000 anualmente.