Portugal é um dos raros países a não administrar vacinas contra a covid-19 a quem já teve a doença, identificou o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
Segundo o relatório revelado esta segunda-feira, o ECDC indicou que a Islândia não recomenda qualquer dose a quem já recuperou do novo coronavírus e Portugal também se encaixa nesta categoria, sendo que também não administra o fármaco a estas pessoas, contudo o assunto está “atualmente em discussão”.
Já 15 países da Europa estão a inocular as duas doses a quem já esteve infetado (Bélgica, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polónia, Roménia e Suécia) e outros sete estão a administrar apenas uma dose (Áustria, Estónia, França, Itália, Espanha, Eslováquia e Noruega).
A Direção-Geral da Saúde (DGS) disse à rádio TSF que o assunto "encontra-se continuamente em análise", mas afirmou que a vacinação de pessoas recuperadas só "poderá vir a ocorrer logo que a disponibilização de vacinas aumente".
Com o número de vacinas limitado, a DGS assume que as pessoas com maior risco de contrair o vírus SARS-coV-2 e que ainda não desenvolveram uma “resposta imunológica”, após um caso de infeção natural com o coronavírus devem ter prioridade no acesso à vacinação.
A DGS justificou-se à TSF com o "princípio da maximização do benefício, perante a escassez de recursos (vacinas)", ao defender, simultaneamente, que "as pessoas que recuperaram de infeção por SARS-CoV-2 não devem ser excluídas do plano de vacinação".
De acordo com o último relatório epidemiológico, 775,849 portugueses já recuperaram da covid-19.