Criado na Primeira Assembleia de Saúde, em 1948, e tendo entrado em vigor volvidos dois anos, o Dia Mundial da Saúde tem vindo a consciencializar os cidadãos para um tema específico da saúde. Para tal, a cada ano, é destacada uma área prioritária de preocupação para a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Subordinada ao tema “Proteger. Investir. Juntos”, a OMS almeja “proteger os nossos trabalhadores da saúde e cuidadores”, na medida em que os profissionais de saúde que fornecem inovações e dão as vacinas contra a covid-19 devem ter o apoio necessário e um ambiente de trabalho facilitador e “investir nas pessoas que investem em nós”, pois “o mundo está a enfrentar uma escassez global de profissionais de saúde”.
Por fim, “juntos podemos fazer com que tal aconteça”, isto é, “todos temos um papel a desempenhar para assegurar que as nossas forças de trabalho em saúde e cuidadores sejam apoiados, protegidos, motivados e equipados para prestarem cuidados de saúde seguros em todos os momentos, e não apenas durante a covid-19”.
Homenagear os trabalhadores e cuidadores
É de lembrar que, em novembro do ano passado, os Estados-Membros da OMS, reunidos na 73.ª Assembleia Mundial da Saúde virtual, reconhecendo “a dedicação e o sacrifício de milhões de profissionais de saúde e cuidadores no decorrer da pandemia”, designaram por unanimidade 2021 como o ano internacional destes trabalhadores, salientando a urgência na resolução dos “desafios persistentes” com que se deparam.
Para que estes trabalhadores sejam devidamente valorizados, a OMS pretendia assegurar que sejam considerados prioritários para a vacinação contra a covid-19 nos primeiros 100 dias de 2021; reconhecer e homenagear todos os profissionais de saúde que perderam as suas vidas durante a pandemia; mobilizar compromissos dos Estados-Membros, instituições financeiras internacionais, parceiros bilaterais e filantrópicos para proteger e investir nos trabalhadores da saúde e nos cuidadores para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas e acelerar a recuperação da covid-19.
Por outro lado, também veiculou o desejo de envolver os Estados-Membros e todas as partes interessadas relevantes no estabelecimento de um pacto de cuidados para proteger a saúde e os direitos dos profissionais de saúde, o trabalho adequado e ambientes de prática clínica seguros e de qualidade e reunir comunidades, influenciadores, políticos, apoio social e outros defensores dos cuidadores e dos profissionais do setor da saúde.
No ano passado, aquando do surgimento da covid-19, a data foi “dedicada ao trabalho desenvolvido pelos profissionais de enfermagem e obstetrícia, sendo o objetivo da OMS destacar o status atual destes profissionais em todo o mundo”, como é possível ler no site oficial do SNS24.
À época, foi ressalvado que, para fortalecer o trabalho dos profissionais, seria necessário “alcançar metas nacionais e globais relacionadas com a cobertura universal de saúde, saúde materna e infantil, doenças infecciosas e não transmissíveis, incluindo saúde mental, preparação e resposta a emergências, segurança do paciente e entrega de serviços integrados e centrados nas pessoas”.
No ano corrente, esta área não foi esquecida, na medida em que a OMS evidenciou que, globalmente, 70% da força de trabalho de saúde e social são mulheres. A título de exemplo, as enfermeiras e as enfermeiras especialistas em saúde materna e obstétrica representam uma grande parte deste valor e é imperativo investir nestas.