Linhas de apoio a vítimas de violência doméstica receberam mais de 1500 pedidos de ajuda na pandemia

“Antes da pandemia, a vítima podia eventualmente sair de casa, pegar no telefone e ligar sem que alguém a escutasse, agora, confinada e acompanhada 24 sobre 24 horas, ela pode ser ouvida e isso poderia levar a um risco de violência”, lembra responsável da CIG.

As linhas de contacto do Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica (SIVVD) receberam 1696 pedidos de ajuda, entre março de 2020 e 31 de janeiro de 2021, informou a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG).

Dando resposta ao panorama pandémico que se verifica em Portugal desde março de 2020, a secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade criou duas novas valências de modo a reforçar o Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica – a linha SMS 3060, gratuita e confidencial, e o email violencia.covid@cig.gov.pt.

O SIVVD é um serviço telefónico de informação, gratuito, anónimo e confidencial que nasceu no ano de 1999 e que está em funcionamento 24h por dia, todo o ano, com o objetivo de apoiar vítimas de violência doméstica através do número 800 202 148.

O vice-presidente da CIG, Manuel Albano, explicou, em declarações à agência Lusa, que “se antes da pandemia, a vítima podia eventualmente sair de casa, pegar no telefone e ligar sem que alguém a escutasse, agora, confinada e acompanhada 24 sobre 24 horas, ela pode ser ouvida e isso poderia levar a um risco de violência”.

Para Manuel Albano, os 1696 pedidos de ajuda neste período de pandemia, “refletem a dificuldade do momento” e revelam, nalguns casos, “episódios de maior severidade na agressão, até pela continuidade da presença constante e pelo maior controlo”.

“O princípio básico do SIVVD é capacitar a vítima, empoderá-la a partir de informação que lhe é transmitida, para que tome decisões conscientes, sejam elas quais forem, e com noção das ações e caminhos que pode tomar, bem como as suas consequências”, acrescentou.

O Serviço de Informação conta com profissionais formados para esse atendimento e apoio psicossocial a vítimas destes casos e auxiliam-nas a compreender quais os seus direitos, os recursos existentes em todo o território nacional e onde pode ser obtido apoio psicológico, social e informação jurídica.