Uma mulher, de 44 anos, morreu após ser atacada pelos seus dois cães, da raça Buldogue-Americano, na sequência de uma discussão com a filha. As conclusões são de um inquérito à morte, revelado esta quarta-feira em tribunal, numa altura em que o caso continua a ser tratado na justiça britânica.
Elayne Stanley, mãe de três filhos, sofreu vários ferimentos fatais depois de ser atacada pelos animais, na sua casa em Widnes, Cheshire, Inglaterra, em setembro de 2019.
Em tribunal, ficou a saber-se que os cães tinham sido propriedade de um parceiro da vítima, Paul Leigh, que não compareceu à audiência. Em 2016, já tinham sido emitidas várias ordens judiciais para que o homem tomasse medidas para manter os animais sob controlo, depois de estes estarem envolvidos em diversos incidentes.
A filha de Elayne, Louise Smith, disse que os cães, DJ e Billy, moraram com a sua mãe cerca de três anos e que não tinha conhecimento dos ataques em que os animais tinham estado envolvidos em 2016, nomeadamente contra o dono da altura.
Louise recordou que teve uma discussão com a mãe no dia do ataque, dia em que foi para casa depois da faculdade, e que um dos cães mordeu a mãe na mão. A mulher diz que tentou colocar o outro animal na cozinha, mas não conseguiu, e este juntou-se ao ataque. Louise alega que foi depois procurar ajuda.
“Eram cães realmente grandes, não havia forma de eu conseguir afastar os dois cães dela”, disse.
Os vizinhos da mulher conseguiram conter os animais no jardim, já depois de atirarem tijolos para salvar a mulher e foram chamados os serviços de emergência. Contudo, o óbito acabou por ser declarado no local. As outras duas filhas de Elayne, gémeas de 12 anos, na altura, estavam no andar de cima da residência.
Segundo o inquérito, os animais eram “cães de guarda” e terão lido a linguagem corporal das mulheres durante a discussão. Um dos cães pode mesmo ter entendido que a filha, que estava grávida na altura, corria perigo e atacou.
“O DJ interpretou aquilo como um potencial problema e tentou impedir qualquer contacto físico”, refere.
DJ acabou por ser abatido no local depois de duas tentativas falhadas para o sedar e Billy, a cadela, foi levada da casa e submetida a eutanásia.
O parceiro da mulher alegou à polícia, anteriormente, que já não era dono dos cães, embora tenha admitido que eram seus durante o processo judicial de 2016.