Uma cozinheira do refeitório do Estabelecimento Prisional (EP) de Alcoentre usou um balde de uma esfregona para preparar os condimentos de uma refeição.
Foram os reclusos que viram a cozinheira a fazer a refeição no balde que era utilizado habitualmente para a limpeza do chão. Quando questionada, a cozinheira disse que tinha “desinfetado o balde com lixívia”, indica a APAR – Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso, em comunicado, esta quinta-feira.
Os reclusos negaram-se a comer aquela refeição e pediram a substituição da mesma, pedido que foi recusado. Contudo, pelo menos cem reclusos não comeram a refeição e prometeram repetir o protesto nas próximas refeições.
Segundo a APAR, os reclusos do EP de Alcoentre decidiram enviar um abaixo-assinado ao Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais a denunciar a "situação absolutamente vergonhosa".
Ainda de acordo com a associação, quando o diretor tomou conhecimento do sucedido, o responsável máximo das cadeias nacionais deu ordem à empresa que está encarregue das refeições para despedir aquela cozinheira.
"Perante esta atitude, a APAR, ao lado dos reclusos na sua justa luta e revolta, pede agora, quando a razão lhes foi reconhecida, e perante a atitude firme e rápida da Tutela, que terminem o protesto evitando, assim, um qualquer conflito", escreve a associação no comunicado.