Cerca de meia centena de profissionais da área da saúde manifestaram-se ontem junto ao Ministério da Saúde para exigir a contratação de mais profissionais para o Sistema Nacional de Saúde (SNS), regularização dos vínculos precários e a valorização das carreiras.
A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), pelo Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FP), sendo que a Confederação Geral dos Trabaçhadres Portugueses (CGTP) também se aliou ao protesto, realçando o impacto que a pandemia teve no “desinvestimento” no setor.
Na manifestação, que durou mais de uma hora, a coordenadora da CGTP, Isabel Camarinha, afirmou que a “denúncia dos problemas no setor da Saúde prende-se com a necessidade absoluta – quer em tempos de pandemia, quer em tempos normais – de reforço do SNS”. A líder sindical reconheceu, no entanto, o reforço feito durante o último ano, devido à exigência da resposta à pandemia, mas não hesitou em considerá-lo “muito insuficiente” face àquilo que era necessário.
O presidente do SEP, José Carlos Martins, lembrou que, apesar do “subfinanciamento crónico”, o SNS demonstrou “a sua resiliência e a grande capacidade de resposta” à covid-19. Já o presidente da FNAM, Noel Carrilho, realçou a necessidade “de condições adequadas para trabalhar” e retratou o SNS como “o garante da democraticidade da saúde em Portugal”. Os representantes dos sindicatos entregaram no Ministério uma resolução com as principais reivindicações e manifestaram a expectativa de um retorno do governo em relação às suas exigências.