Médicos de Tigray revelaram que centenas de mulheres estão a ser vítimas de escravatura sexual por parte de soldados etíopes e da Eritreia.
“As mulheres estão a ser mantidas como escravas sexuais”, disse o Dr. Fasika Amdeselassie, líder da saúde pública do governo temporária de Tigray, organizado pela Etiópia, à Reuters, que mostrou aos jornalistas da agência unhas com cerca de sete centímetros e pedras cobertas de sangue, objetos que foram retirados da vagina de uma das vítimas, uma mulher de 27 anos.
“Os criminosos dever ser investigados”, apelou o médico, que revelou que estes crimes estavam a ser cometidos desde que o conflito eclodiu, em novembro, e que algumas das mulheres foram mantidas prisioneiras durante semanas.
É a primeira vez que um oficial etíope aborda as acusações de abuso sexual nesta região e é o relato mais completo sobre este tipo de crime.
As acusações foram corroboradas por oito médicos, que disseram à Reuters que várias mulheres descreveram ataques de soldados da Etiópia e da Eritreia, que constituíram a maior parte dos casos, apesar de o executivo da Eritreia ter negado todo o tipo de relatos de abusos por soldados eritreus sobre civis.
Estes relatos chegam numa altura em que alegados soldados eritreus foram acusados de matar pelo menos três pessoas e ferir outras 19 ao dispararem sobre civis em Tigray, anunciou na quinta-feira a Amnistia Internacional.
Segundo testemunhos, os soldados eritreus, reconhecíveis pelos seus uniformes, abriram fogo sobre os residentes numa das principais ruas da cidade de Adwa, perto da estação de autocarros.
O incidente ocorre duas semanas depois de o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ter anunciado o início da retirada das tropas eritreias da região.