“Por quanto tempo acreditam que pessoas, como vocês, vão safar-se?”, pergunta Greta Thunberg

Para Greta, o futuro ditará a responsabilização dos políticos pelas alterações climáticas, caso não pararem de subsidiar a indústria de combustíveis fósseis.

“Ultrajante”. É a palavra escolhida pela ativista Greta Thunberg para definir o debate sobre o encerramento dos subsídios aos combustíveis fósseis, que ainda está a ser discutido em 2021, algo que esta considera “uma vergonha”.

Ao participar por videochamada perante o Congresso norte-americano, durante uma audiência sobre estes subsídios, Thunberg considerou estas recompensas a “prova clara de que não entendemos a emergência climática de forma alguma”.

Para Greta, o futuro ditará a responsabilização dos políticos pelas alterações climáticas, caso não pararem de subsidiar a indústria de combustíveis fósseis.

"Por quanto tempo acreditam, honestamente, que pessoas no poder, como vocês, vão safar-se?", deixou a pergunta no ar no seu discurso de abertura. "Por quanto tempo acham que podem continuar a ignorar a crise climática sem serem responsabilizados?”.

A ativista de 18 anos avisou ainda que a sua geração vai encarregar-se do combate às alterações climáticas, se os que estão no poder se recusarem a fazê-lo.

"Ao contrário de vocês, a minha geração não vai desistir de lutar", afirmou Thunberg. "Nós, os jovens, somos aqueles que vamos escrever sobre vocês nos livros de História. Somos nós que decidimos como serão lembrados. Portanto, o meu conselho para vós é que saibam escolher com sabedoria”.

Greta Thunberg também deixou umas palavras nas redes sociais para assinalar, esta quinta-feira, o Dia da Terra, ao partilhar um vídeo, no qual alertou para o facto de as medidas tomadas até agora para a neutralidade carbónica até 2050 serem insuficientes.

"Atenção, isto é um alerta de emergência para o público em geral", pode ler-se no início do vídeo, no qual a ativista deixou uma lista de criticas devido à ausência de muitos aspetos nos compromissos dos países para chegar a zero emissões carbónicas em 2050.

"Podemos continuar a fingir que estes objetivos estão alinhados com o que precisamos, mas se nos podemos enganar a nós e aos outros, não podemos enganar a natureza nem a física", disse Thunberg.