O Santander Portugal registou lucros de 34,2 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano – uma redução de 71,2% face ao período homólogo de 2020.
Segundo o Santander, este resultado é explicado em parte pela necessidade de constituir imparidades para fazer face à situação económica desfavorável, bem como pelas provisões de 164,5 milhões de euros (líquida de impostos) para fazer face a uma reestruturação no banco, em especial do quadro de recursos humanos. De realçar que a instituição anunciou, no passado mês de março, planos de redução de trabalhadores envolvendo rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas, entre 100 e 150 colaboradores.
O banco liderado por Pedro Castro e Almeida informa ainda, em comunicado, que “no final do março, as moratórias, legal e privada, abrangiam cerca de 54 mil clientes, no montante global de 6,4 mil milhões de euros de crédito (16% da carteira total), o que corresponde a uma redução de 25% face ao valor de final de 2020, com o vencimento da moratória privada. No âmbito das linhas de crédito com garantia do Estado, o Banco aprovou um conjunto de operações no montante de cerca de 2,1 mil milhões de euros, abrangendo cerca de 15 mil clientes”.
“A redução na geração de receitas comerciais recorrentes continuou a refletir a dificuldade do contexto económico, fruto do aumento do ambiente concorrencial, do nível estrutural negativo de taxas de juro e da menor utilização de serviços bancários, bem como da alteração profunda e estrutural da forma de interação dos clientes com o banco – tendência que tem acelerado fortemente nos últimos trimestres em resultado da alteração dos hábitos dos consumidores na procura de serviços bancários”, lê-se na mesma nota.
No entanto, o Santander destaca que os resultados do 1.º trimestre encontram-se, por outro lado, influenciados positivamente pelo impacto não recorrente de cerca de 140 milhões de euros provenientes da gestão da carteira de títulos do banco.
A instituição informa ainda que o total de crédito a cliente foi de 43,0 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 5,0% face ao período homólogo, as quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação situaram-se em 21,5% e 21,9%, respetivamente, e os recursos de clientes totalizaram 43,8 mil milhões de euros, um incremento de 5,0% face ao mesmo período do ano passado, evolução determinada pelo aumento de 3,5% em depósitos e de 12,5% em recursos fora de balanço.
Já o número de clientes digitais aumentou 21,7% em relação ao período homólogo, atingindo 970 mil, enquanto o número de clientes de banco principal teve um crescimento de 4,4%, atingindo os 816 mil.